O secretário de Estado da Juventude e do Desporto, Emídio Guerreiro, anunciou hoje que 25 Pousadas da Juventude vão ser postas a concurso até junho para passarem a ser geridas por privados.
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O processo é dividido em duas fases. Até março abrem as candidaturas relativas a dez unidades e até junho mais 15, perfazendo mais de metade da rede de Pousadas de Portugal, atualmente 40.
De acordo com Emídio Guerreiro esta solução «retira o Estado enquanto gestor hoteleiro, que não tem de ser, e mantém o conceito de rede».
«Vamos, de forma metódica, e ao longo do tempo, entregar a gestão das Pousadas de Portugal a parceiros», disse o governante, durante a cerimónia de tomada de posse da direção da Federação de Desportos de Inverno de Portugal, entidade que quer assumir a gestão da Pousada da Juventude da Serra da Estrela, uma das unidades a concurso nesta primeira fase.
O secretário de Estado sublinha ter recebido uma «herança de 17 milhões de euros de 'buraco'» e muitas pousadas a precisarem ser requalificadas, fruto do que considera ter sido uma descurada manutenção e modernização dos espaços existentes, em prol da construção de novas.
«Muitas delas estão hoje sujeitas a uma concorrência feroz, o que faz com que cada vez mais seja difícil posicioná-las no mercado do ponto de vista da sua revitalização», realça Emídio Guerreiro, ao mesmo tempo que diz que não há capacidade para investir porque há «uma dívida enorme e algumas precisam de requalificação, para serem mais atrativas e terem mais condições».
No caso da Serra da Estrela, a Federação de Desportos de Inverno pretende envolver unidades hoteleiras locais e fazer protocolos com organizações desportivas para assegurar a gestão da unidade.
«O nosso projeto é abrangent», acentua o presidente, Pedro Farromba, que quer transformar o espaço na sede dos desportos de montanha em Portugal e ter ali a funcionar um centro de BTT, trekking e de recuperação de atletas em altitude. «Queremos aproveitar as condições naturais para aqui desenvolver o conceito de desporto ligado à natureza», explica Pedro Farromba.