O Estado deverá receber 700 milhões de euros até ao final deste ano relativos aos juros dos instrumentos que subscreveu para aumentar o capital dos bancos portugueses, disse Vítor Gaspar.
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O Estado recebeu «200 milhões de euros em 2012, e preveem-se cerca de 500 milhões de euros para 2013» relativos aos juros das obrigações que subscreveu e que podem ser convertidos em ações, explicou Vítor Gaspar durante uma audição na Comissão parlamentar de Orçamento, Finanças e Administração Pública.
Vítor Gaspar afirmou ainda que no entender do Governo estes instrumentos dão «uma remuneração adequada aos contribuintes» e que permite «que as instituições bancárias tenham um forte incentivo para devolverem o dinheiro o mais rapidamente possível».
As palavras do governante surgem numa altura em que os bancos têm defendido uma redução da remuneração a pagar ao Estado pelas injeções de capital.
Vítor Gaspar defendeu ainda a via escolhida para defender o sistema financeiro e a economia portuguesa, e diz que sem estas injeções de capital o financiamento à economia sairia ainda mais prejudicado.
«[A ausência de intervenção do Estado na banca] levaria a uma redução muitíssimo acentuada no financiamento à economia, tal seria muito prejudicial para as famílias e empresas portuguesas, em particular para o setor dos bens transacionáveis. (...) Estou confiante que a via seguida é a que melhor salvaguarda o interesse dos depositantes e dos contribuintes portugueses», disse.