A economista concorda com o PR, que numa entrevista ao Sol disse que Portugal está a recuperar a credibilidade, e defende que esse é um trunfo importante nas negociações com a troika.
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Portugal tem de lutar por cumprir o programa de ajustamento mas caso isso não seja possível, Estela Barbot acredita que a troika terá bom senso como já demonstrou noutros momentos.
«Dou o exemplo da Taxa Social Única (TSU), que era uma das imposições da troika e, obviamente, que seria muito bom a TSU poder ser menor, mas não é possível aumentar mais a carga de impostos em Portugal. Portanto o bom senso imperou», destacou.
Para a economista, o Governo e a troika têm mantido uma relação amigável, de diálogo e confiança, que torna mais fácil qualquer negociação mesmo que seja necessário mais tempo para cumprir o programa.
«Esperava que nós não precisássemos de mais tempo, era muito bom sinal mas se for preciso na altura própria estaremos aqui para ver o melhor que se consegue», referiu Estela Barbot.
Questionada sobre se deve ser o Governo a fazer esse pedido, a economista respondeu que «não nos devemos pronunciar sobre essas matérias. Acho que temos essa confiança e credibilidade que faz com que o diálogo seja mais fácil».
A confiança nesse diálogo é também uma garantia porque o caminho que ainda falta percorrer não é fácil.
«Acho que é notável se conseguirmos fazer isso num ano, mas vai ser muito difícil. Temos que perceber que estamos num contexto internacional muito mau, mas ainda assim acho que existe vontade de investir em Portugal, e é isso que nos interessa», afirmou.
É preciso acreditar, conclui Estela Barbot, que tal como Cavaco Silva diz sentir que Portugal é mais respeitado no contexto internacional e tem feito um enorme esforço para recuperar a credibilidade.