O sindicalista António Mariano fala em violações diárias ao contrato coletivo de trabalho e diz que trabalhadores estranhos à atividade foram colocados a desempenhar funções portuárias.
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Os estivadores de Lisboa entregaram, esta sexta-feira, um pré-aviso de greve que abrange o período compreendido entre 25 de junho até 22 de julho.
Durante as primeiras duas das quatro semanas de greve previstas, os estivadores vão parar uma hora no primeiro turno, sendo que nas outras duas semanas vão parar duas horas por turno.
Na base desta greve está, segundo o presidente do Sindicato dos Estivadores do Centro e Sul, o facto de as entidades empregadoras de Lisboa estarem, há «algumas semanas, em violações diárias no contrato coletivo de trabalho».
António Mariano explicou que estas entidades começaram por denunciar uma série de protocolos que estavam em vigor no porto de Lisboa e estão a violar o estabelecido no que toca ao direito de prioridade dos trabalhadores.
«Não respeitam regras nenhumas, inclusivamente já em duas situações colocaram trabalhadores estranhos à atividade a desempenhar funções portuárias com todos os riscos que isso tem para a nossa atividade», denunciou.
Entretanto, o secretário de Estado dos Transportes mostrou-se surpreendido com este regresso à greve dos estivadores, até porque estarão a decorrer conversas entre os operadores e as entidades sindicais.
«Procuraremos criar condições para que esse diálogo se mantenha sem pré-avisos de greve. Os nossos exportadores encontraram outros mercados e os portos são um dos canais de exportação mais relevantes», disse Sérgio Monteiro, que lembrou que as exportações estão a recuperar após um momento de abrandamento.