Um novo estudo de mercado foi anunciado durante a Porto Maritime Week a decorrer até sexta-feira no Porto com o objetivo de fazer uma auscultação do interesse de potenciais investidores na construção e concessão do novo terminal em Sines.
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O presidente do Administração dos Portos de Sines e Algarve, Pedro do Ó Ramos anunciou o novo estudo de mercado para o novo terminal Vasco da Gama, em Sines, quase dois meses depois do governo apresentar a nova estratégia para os portos marítimos, com o objetivo de verificar o interesse de potenciais investidores na construção e concessão do novo Terminal Vasco da Gama.
Uma forma de prevenir o cenário de 2019, quando o concurso internacional para o Terminal Vasco da Gama ficou deserto, num contexto marcado pela pandemia e por uma exigente componente de investimento.
A APS desta vez promete que irá articular esforços com o Governo para recolher contributos junto do mercado e identificar as condições que os operadores privados consideram determinantes para participar na futura concessão.
O Terminal Vasco da Gama integra o plano de investimentos de 1,2 mil milhões de euros previsto até 2035, dos quais 701 milhões estão diretamente alocados a esta nova infraestrutura. O concurso internacional contemplará uma concessão estimada em 560 milhões de euros.
O presidente da APS – Administração dos Portos de Sines e Algarve, Pedro do Ó Ramos, realça vantagens competitiva da localização de Sines, porque atualmente dispõe de mais de 20 rotas semanais para todo o mundo.
Além da sua relevância logística, Sines tem vindo a afirmar-se como um polo industrial estratégico, com 20 mil milhões de euros de investimento potencial identificado, sobretudo em áreas como o hidrogénio verde e o aço verde.
Em conjunto com a expansão em curso do Terminal XXI, estes dois projetos representam mais de 1,2 mil milhões de euros de investimento, permitindo que o Porto de Sines alcance uma capacidade instalada de 4,1 milhões de TEU, reforçando a sua posição como hub logístico global.
O tema foi discutido na sessão “Estratégia para os Portos Nacionais”, integrada na Porto Maritime Week que reuniu pela primeira vez todos os presidentes das administrações portuárias do continente e das regiões autónomas, para apresentação dos principais investimentos previstos no âmbito do Projeto 5+, recentemente aprovado pelo Governo.
A nova estratégia do governo para zonas portuárias do continente prevê o lançamento de 15 concessões até 2035, com 2/3 do investimento nas mãos de privados, estimando atingir investimento total de 4 ml milhões de euros e os 125 milhões de toneladas de carga, além de 3 milhões de passageiros.
O presidente da APDL – Administração dos Portos do Douro e Leixões, anunciou a construção do novo terminal de contentores norte, que irá permitir aumentar a capacidade instalada do Porto de Leixões de 1 milhão para 1,6 milhões de TEU.
João Neves adiantou ainda que os dois terminais de contentores de Leixões passarão a ter apenas um concessionário, estando igualmente previstos novos contratos de concessão: um para o Terminal de Carga Geral (granéis e armazenagem de agroalimentares), no valor de 85 milhões de euros e outro para o Terminal Roll-on Roll-off, avaliado em 50 milhões de euros.
Também o presidente da APL – Administração do Porto de Lisboa e da APSS – Administração dos Portos de Setúbal e Sesimbra, Vítor Caldeirinha, explicou a estratégia conjunta “One Vision, Two Gateways”, que prevê investimentos em ambos os portos.
Em Lisboa, planada a requalificação e reordenamento dos terminais da zona oriental, permitindo aumentar a capacidade instalada em cerca de dois milhões de toneladas.
Em Setúbal, o destaque vai para o futuro dos estaleiros da Mitrena, atualmente concessionados à Lisnave até julho de 2027. Segundo Vítor Caldeirinha, não existem restrições quanto à utilização futura da infraestrutura, que poderá vir a acolher novas valências ligadas à construção naval, ou até integrar uma componente militar, como o fabrico de drones.
A sessão contou ainda com as intervenções de Eduardo Feio, presidente da APA – Administração do Porto de Aveiro, Paula Cabaço, presidente da APRAM – Administração dos Portos da Região Autónoma da Madeira, e Sancha Santos, presidente dos Portos dos Açores, que partilharam igualmente a visão estratégica das respetivas administrações portuárias no quadro do Projeto 5+.
