A APED recordou que é preciso ter conta os custos intermédios e não apenas o preço do produtor e o preço a que os alimentos são vendidos nas grandes superfícies.
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A Associação Portuguesa de Empresas de Distribuição considera que o estudo do Observatório dos Mercados Agrícolas que conclui que os lucros das grandes superfícies superam os 50 por cento em alguns alimentos não é rigoroso.
No Fórum TSF, a secretária-geral da APED avisou que há que incluir nas contas vários custos intermédios se se quiser saber ao certo os lucros destas superfícies.
Sobre este estudo, Ana Trigo Morais considerou que «não é correto e não transmite com rigor e transparência a criação do valor ao longo da cadeia alimentar» usar apenas o preço do produtor e o que se vende nas grandes superfícies como base.
Considerando que este estudo até pode nem ser entendido como sério, esta responsável da APED lembrou que também é preciso ter em conta outro tipo de custo.
Ana Trigo Morais dá como exemplos de custos intermédios os «preços das embalagens, custo da energia, custo da rede de frio necessária para os que os produtos cheguem frescos aos consumidores, custos com pessoal e com transportes».
O presidente da CAP também contestou este estudo, mas admitiu que existe uma «disparidade muito grande» entre o preço no produtor e o preço pago pelo consumidor.
«Temos de averiguar exatamente como está a ser distribuído na cadeira para depois poder corrigir se houver correções a fazer. Precisamos para isso de ter organismos que recolham de uma maneira muito mais intensa estes preços», explicou João Machado.
Também em declarações feitas no Fórum TSF, o líder da CAP pediu um tratamento científico destes dados e a sua publicação regular.