Euro/Crise: Merkel quer elaboração de plano para a união política e fiscal na cimeira de Bruxelas

A chanceler alemã, Angela Merkel, afirmou hoje, em declarações ao canal público ARD, esperar que, na cimeira de Bruxelas, no final do mês, seja elaborado um plano de trabalho para uma maior união política e fiscal no seio da União Europeia.
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«Necessitamos não só de uma união monetária, mas também de uma união fiscal, de uma política orçamental comum», afirmou a chefe do Governo alemão, considerando que o mais importante é a Europa avançar para uma união política, «o que quer dizer que, passo a passo, dever-se-á dar mais poderes à Europa e também possibilidades de controlo».
Merkel alertou, porém, que na próxima cimeira da União Europeia, agendada para os dias 28 e 29, será difícil resolverem-se todos os problemas, salientando ser necessário mais do que uma reunião para se avançar para uma maior união.
Questionada sobre a postura do seu Governo para resolver a atual crise da zona euro, Merkel disse que a «consolidação e o crescimento são duas caras da mesma moeda» e defendeu que o pacto fiscal seja complementado com medidas para fomentar o crescimento e a criação de emprego nos países em crise.
Quanto ao conceito de uma Europa a várias velocidades, a chanceler alemã disse ser um facto, uma vez que existem acordos como o de Schengen, ao qual não aderiram todos os membros da União Europeia ou o pacto fiscal, do qual ficaram excluídos o «Reino Unido e a Dinamarca».
No entanto, Merkel realçou que a União Europeia deverá estar «aberta» para permitir aos parceiros que, num dado momento não quiseram aderir a um acordo, o possam fazer depois, mas sem «deter» os avanços no sentido de uma maior união continental se algum parceiro estiver relutante em participar em algum novo acordo.