Os ministros das Finanças da zona euro e o Fundo Monetário Internacional (FMI) vão analisar hoje, em Bruxelas, a operação de recompra da dívida grega, devendo avalizá-la e desbloquear assim a ajuda financeira prometida a Atenas.
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Paris e Berlim já se manifestaram satisfeitas, na quarta-feira, com a operação de compra pela Grécia da sua própria dívida, que era uma das condições impostas pela 'troika' para ser formalmente desbloqueada a tranche de 34,3 mil milhões de euros que a Grécia aguarda desde junho.
A recompra da dívida inscreve-se no plano acordado entre a zona euro e o FMI para reduzir a dívida pública grega, que terá de baixar de 175% do PIB em 2016 para 124% em 2020 e cair para valores abaixo dos 110% em 2022.
A Grécia vai (re)comprar no total perto de 31,9 mil milhões de euros em títulos de dívida soberana a um preço médio de 33,8% do valor facial das obrigações, tendo por outro lado pedido uma extensão do crédito do Fundo Europeu de Estabilização Financeira (FEEF) em 1.290 milhões de euros.
Além da Grécia, a agenda do Eurogrupo de hoje será também marcada pela análise da situação do Chipre, o mais recente país a pedir um resgate, tendo uma auditoria revelada na quarta-feira apontado que o país necessita de 10,3 mil milhões de euros para recapitalizar os seus bancos.
A reunião do Eurogrupo, na qual Portugal está representado pelo ministro Vítor Gaspar, tem início de manhã, depois de uma "maratona" a 27 (Ecofin) realizada na quarta-feira para discutir o mecanismo único de supervisão bancária, e poucas horas antes do início de uma cimeira de chefes de Estado e de Governo da União Europeia, que começa hoje à tarde e se prolongará até sexta-feira.