O diretor da Standard & Poor's Europa defende que Portugal deve pedir um segundo resgate. À TSF, Frank Gill diz ver com preocupação possíveis entraves legais a algumas normas do OE.
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Com o olhar positivo sobre sobre a possibilidade de Portugal pedir um segundo resgate, o diretor da Standard & Poors para a notação das dívidas de países europeus entende que um novo programa de assistência financeira facilitaria até o trabalho do Governo.
Frank Gill entende por isso que existe uma forte probabilidade de portugal voltar a pedir ajuda financeira.
«A nossa avaliação é que pode muito bem ser esse o caso ou alguma linha [de financiamento] de contingência. O que nos daria uma visão positiva para o rating. Ou um segundo programa, o que também se vê, na verdade, como um fator positivo para o rating. Iria ajudar as autoridades para avançar com as suas reformas bastante ambiciosas», defendeu.
Sem se referir directamente às consequências de um potencial chumbo do Tribunal Constitucional a normas do Orçamento do estado, o diretor da S&P para a Europa fala em preocupações legais que dificultam a execução do programa.
«A nossa preocupação é que em alguns aspectos parece que vai tornar-se difícil para o governo avançar com diversas propostas orçamentais originais. Em parte por preocupações legais a nível interno», sublinhou.
No entanto, Frank Gill afirma que, embora o Governo negue, a agência de notação está convencida que o Executivo já tem um plano B para substituir normas que possam ser chumbadas.
«O que temos até agora é que o governo tem planos de 'back-up'. Então, se uma decisão legal forçar o governo a encontrar um outro caminho, para alcançar os seus objectivos orçamentais, eles fá-lo-ão», disse.
Mesmo assim, a Standard and Poors considera positivo que portugal avance com um segundo resgate.
«Um novo programa: penso que na verdade serviria uma política importante e ajudaria o governo com algumas questões técnicas verdadeiramente desafiadoras que eles enfrentam. E quer dizer também que eles conseguem financiamento a taxas de juro muito baixas», concluiu.