O presidente do Eurogrupo, Jean-Claude Juncker, declarou que a zona euro está pronta para agir em coordenação com o Banco Central Europeu e ativar o Fundo Europeu de Estabilização Financeira (FEEF).
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Numa entrevista concedida ao diário francês Le Figaro, colocada esta tarde no site do jornal, Juncker admite ter-se chegado ao momento «crucial».
«Chegámos ao ponto crucial. Mas falta ainda apurar o ritmo da medida. Vamos agir em conjunto com o BCE, sem tocar na sua independência. Quando digo 'nós', trata-se do FEEF, ou seja, dezassete governos», acrescentou o líder dos ministros das Finanças dos 17 membros da união monetária.
«Vamos decidir e colocar à consideração dos mercados nos próximos dias. Não podemos perder mais tempo», declarou ainda Jean-Claude Juncker, sublinhando o efeito que as declarações na passada quinta-feira do presidente do BCE, Mario Draghi, tiveram na redução das taxas de juro da dívida soberana espanhola.
«O BCE está pronto a fazer tudo o que for necessário para preservar o euro. E acreditem em mim, será suficiente», declarou Dragui em Londres.
«Se os prémios de risco sobre a dívida soberana limitam a prossecução da política monetária, a questão entra no quadro do nosso mandato», precisou na mesma ocasião o governador do BCE.
As afirmações de Juncker contrastam com as declarações do ministro alemão das Finanças, Wolfgang Schäuble, que numa entrevista hoje publicada pelo semanário alemão Die Welt am Sonntag, rebateu especulações segundo as quais o FEEF se prepara para comprar dívida pública espanhola e italiana, em ação concertada com o BCE.
«Não, estas especulações são infundadas», afirmou Wolfgang Schäuble, quando confrontado com notícias publicadas na comunicação social espanhola e francesa.
De acordo com as notícias em causa, o BCE iria comprar obrigações dos dois países nos mercados secundários, o que nunca fez até agora, numa tentativa de diminuir a pressão sobre Roma e Madrid, cujos juros da dívida atingiram níveis insustentáveis.
Na entrevista ao Die Welt am Sonntag, Schäuble afirmou que o governo espanhol «tomou todas as medidas necessárias e está a colocá-las em prática».
O ministro admitiu também que os mercados financeiros ainda não estão a considerar os esforços feitos para resolver os problemas do sistema bancário espanhol, mas essa consciência há de «chegar».
As atenções estão agora concentradas na reunião semanal do BCE na próxima quinta-feira, para se perceber se o banco avança ou não com o controverso programa de compra no mercado secundário de obrigações dos membros do euro em piores condições de acesso aos mercados.