O Nobel da Economia de 2010 veio a Portugal dizer que a Europa não está a saber enfrentar a crise. O cipriota rejeitou ainda que tenha sido o Chipre a sugerir uma taxa sobre os depósitos.
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O Premio Nobel da Economia de 2010 disse, esta quarta-feira, que a «austeridade não nos leva a lado nenhum e está apenas a fazer-nos regredir nas nossas relações na Zona Euro e na forma como funcionam as nossas economias».
«O resto do mundo está a sair da crise e a preparar-se para novos desafios. Olhem para os EUA e a Ásia e até para os países da Europa que não pertencem ao euro», acrescentou Cristopher Pissarides.
De passagem pelas Conferências do Estoril, este economista cipriota acusou a Europa de «estar sempre a olhar para trás e fez criticas ao modo como os líderes europeus estão a lidar com a crise, ao «assistir de forma impotente» à subida do desemprego.
«Vão aperceber-se que são comentários zangados. Tento esconder a minha raiva, mas estou extremamente zangado como cipriota. Isso transparece», explicou.
Para Pissarides, a Europa precisa de mais flexibilidade no mercado laboral e de novos programas de infraestruturas coordenados a nível europeu e lembrou que países como a Alemanha e a Holanda fizeram reformas no tempo certo.
O economista aproveitou ainda para acrescentar que qualquer eventual reforma em curso apenas terá efeitos dentro de três anos, ao contrário da austeridade que tem impacto imediato na economia.
Na sua intervenção, Chistopher Pissarides rejeitou ainda que tenha sido o Chipre a sugerir uma taxa sobre os depósitos.e garantiu que esta taxa foi uma imposição da Alemanha e do FMI.
Pissarides recordou que esteve envolvido nestas negociações e assegurou que também foi o FMI e a Alemanha que «concordaram que depósitos abaixo dos cem mil euros também deviam estar sujeitos ao imposto».
O economista frisou ainda que «o que o FMI e Alemanha dizem sobre esta matéria é comp'letamente falso e incorreto».