Deterioração, danos irreparáveis e um sacrifício bem maior são expressões usadas pelo Ministério da Finanças ao analisar os resultados do leilão da dívida de curto prazo desta quarta-feira.
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O Ministério das Finanças reconhece que as condições de financiamento de Portugal pioraram, responsabiliza a rejeição do Programa de Estabilidade e Crescimento (PEC) e dá como exemplo os resultados do leilão de hoje.
O comunicado do gabinete de Teixeira dos Santos, com quatro parágrafos, sublinha que as actuais taxa de juro mostram que os danos causados pelo chumbo do PEC são irreparáveis.
No leilão de hoje, no prazo a seis meses, o juro deu um pulo dos 2.98 por cento - do leilão de Março - para 5,11 por cento.
Esta quarta-feira foram vendidos 550 milhões de euros com a procura a ser duas vezes maior do que a oferta.
Quanto à divida a 12 meses, Portugal vendeu 455 milhões de euros com uma taxa superior ao leilão anterior.
Hoje o juro foi de 5,90 por cento, quando na última emissão tinha sido de 4,33 por cento.
Também na dívida a um ano, a procura mais do que duplicou a oferta.
Perante este resultado, e sem fazer qualquer comentário aos números em concreto do leilão, o Ministério das Finanças considera que se deterioraram as condições de financiamento e reafirma que a rejeição do PEC está a impor já um sacrifício maior.
No entanto, o gabinete de Teixeira dos Santos garante que o Estado consegue financiar-se e pode assegurar compromissos financeiros previstos.
Ainda assim, o Ministério escreve que, perante a importância do sistema bancário para assegurar o financiamento e o funcionamento económico, o governo não deixará de tomar todas as medidas para garantir liquidez e o financiamento da economia.