O estudo de impacto ambiental à ligação entre o Rato e o Cais do Sodré prevê melhorias na circulação e estima mais 9 milhões de novos passageiros logo no primeiro ano de funcionamento.
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A redução do tempo de espera pode chegar a um minuto e meio. O estudo de impacto ambiental ao prolongamento da linha do Metro de Lisboa mostra, por exemplo, que na linha azul, entre a Reboleira e Santa Apolónia, os passageiros vão esperar menos 53 segundos durante a hora de ponta da manhã. Já entre o Rato e o Campo Grande, na linha amarela, a redução chega a 1 minuto e 27 no corpo do dia (ou seja, fora da hora de ponta da manhã).
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O Jornal de Negócios leu o documento e revela que a linha circular vai baixar os tempos médios de espera em todas as linhas e horários.
A opção por esta linha circular vai também trazer mais passageiros ao metro. No primeiro ano, estimam-se quase mais 9 milhões de novos clientes. Em 30 anos, o número aumenta para 318 milhões. A circulação de menos carros na cidade é mesmo um dos principais benefícios apontados à obra.
Entre a redução do tempo de viagem e da pressão sobre o estacionamento ou as consequências em termos de alterações climáticas, o estudo calcula um efeito socioeconómico de 161 milhões de euros ao longo de três décadas.
No entanto, o documento também aponta os aspetos críticos do projeto. Por exemplo, vai ser construído num túnel a céu aberto entre a futura estação de Santos e o Cais do Sodré, pelo que o ruído e as poeiras devem prolongar-se durante cerca de um ano e meio.
Para além disso, o documento alerta que na Avenida 24 de Julho, onde fica o Aterro da Boavista, há indicações de solos contaminados. É ainda feito o aviso de que a parte final do traçado é vulnerável a cheias e está sob o efeito da maré. O facto de a obra acontecer numa área com importantes vestígios arqueológicos e com edifícios classificados, que têm de ser protegidos, também está entre as preocupações.
A obra irá custar cerca de 266 milhões de euros e demorar quatro anos. A linha circular e as novas estações da Estrela e de Santos estarão prontas em 2022.