Exportações portuguesas caem 0,8% e importações 0,1% no trimestre terminado em abril
As exportações portuguesas diminuíram 0,8% e as importações 0,1% no trimestre terminado em abril, face ao período homólogo, o que provocou uma deterioração do défice comercial em 81,3 milhões de euros, divulgou hoje o INE.
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Segundo o Instituto Nacional de Estatística (INE), entre fevereiro e abril a taxa de cobertura registou uma quebra homóloga de 0,6 pontos percentuais (p.p.), para 84,1%.
Considerando apenas o mês de abril de 2014, as exportações de bens diminuíram 4,9% e as importações de bens 6,6% face ao mês homólogo (respetivamente -1,3% e +1,4% em março de 2014).
De acordo com o instituto, a diminuição das exportações em abril de 2014, face a abril de 2013, traduziu a evolução do comércio extra-UE (devido essencialmente aos combustíveis minerais).
Quanto às importações, diminuíram 6,6% em reflexo do decréscimo registado no comércio extra-UE (também em especial nos combustíveis minerais), já que no comércio intra-UE se verificou um aumento.
Excluindo os combustíveis e lubrificantes, em abril de 2014 as exportações cresceram 3,4% e as importações 2,1% face ao período homólogo (respetivamente +5,6% e +11,5% em março de 2014).
Em termos das variações mensais, em abril de 2014 as exportações diminuíram 1,6% face a março de 2014, devido sobretudo à evolução do comércio intra-UE (nomeadamente do vestuário e do calçado).
Já as importações diminuíram 4,0%, em resultado essencialmente da redução verificada no comércio intra-UE (em especial nos combustíveis minerais e produtos químicos).
Analisando o comércio intracomunitário, no trimestre terminado em abril de 2014 as exportações aumentaram 1,2% e as importações 11,0%, face ao período homólogo (fevereiro a abril 2013), a que corresponde uma taxa de cobertura de 77,4% e um défice de 2 454,1 milhões de euros.
Em abril de 2014, as exportações intra-UE diminuíram 1,4% face ao mês homólogo de 2013, refletindo principalmente a evolução dos combustíveis minerais (sobretudo óleos médios e preparações de petróleo ou de minerais betuminosos), enquanto as importações aumentaram 5,2%, traduzindo o acréscimo generalizado da quase totalidade dos grupos de produtos, sobretudo dos veículos e outro material de transporte (em especial automóveis de passageiros e partes e acessórios para veículos automóveis), máquinas e aparelhos e produtos químicos (nomeadamente Iniciadores de reação, aceleradores de reação e preparações catalíticas).
Em relação ao mês anterior, as exportações intracomunitárias diminuíram 1,6% em abril e as importações diminuíram 4,7%.
No que respeita ao comércio extracomunitário, no trimestre terminado em abril de 2014 e face ao período homólogo, tanto as exportações como as importações diminuíram, respetivamente -5,6% e -26,6%, o que resultou num excedente de 247,4 milhões de euros e numa taxa de cobertura de 108,2%.
Segundo o INE, excluindo os combustíveis e lubrificantes, as exportações cresceram 7,9% e as importações diminuíram 6,9%, face ao período homólogo.
Com exclusão deste tipo de bens, o saldo da balança comercial extra-UE atingiu um excedente de 1.227,7 milhões de euros, a que correspondeu uma taxa de cobertura de 169,8%.
Em abril, as exportações para os Países Terceiros diminuíram 12,9%, face a abril de 2013, e as importações diminuíram 34,4%, sendo que atribuiu estas variações negativas, "em larga medida"" à "paragem geral programada para manutenção da refinaria de Sines nos meses de março e abril de 2014".
Face ao mês anterior, em abril as exportações extra-UE diminuíram 1,6% e as importações diminuíram 1,2%.
Numa análise por grandes categorias económicas, no trimestre terminado em abril de 2014, face ao período homólogo (fevereiro a abril 2013), o INE destaca o "decréscimo acentuado" das exportações de combustíveis e lubrificantes (-55,1%), nomeadamente nos produtos transformados, e o aumento das vendas ao exterior de bens de consumo (+11,2%).
Nas importações, salienta a diminuição de 26,6% nos combustíveis e lubrificantes, em resultado da evolução dos produtos primários (-40,4%) e os "aumentos significativos" das categorias material de transporte e máquinas e outros bens de capital (+22,5% e +13,0%, respetivamente).