
Carlos Vidigal Jr./Global Imagens (arquivo)
A Plataforma de Água Sustentável considera que a construção da estrutura não resolve os problemas na região.
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A construção de uma dessalinizadora no Algarve, apresentada como uma das soluções para fazer face à falta de água na região, é contestada pelas associações ambientalistas.
A Plataforma de Água Sustentável (PAS), que agrega várias associações ambientalistas, considera que a água produzida pela dessalinização será, no máximo, de apenas 23,6 hectómetros cúbidos (hm3) por ano, isto é, cerca de 29% do consumo doméstico.
A porta-voz da PAS adianta que há outras vias: solucionadas as perdas nas redes de abastecimento urbano, seria obtida quase a totalidade da água necessária ao sector doméstico: 80 hm3/ano. "Estão a rebentar canos por todos os lados, porque é que não se resolve isso?", questiona Rosa Guedes na TSF.
Perante a falta de água que se agrava no Algarve e os cortes que se prevêm, sobretudo na agricultura (70%), a PAS pergunta porque não se agiu antes quando o diagnóstico há muito estava feito.
"Fazem uma campanha a amedrontar as pessoas agora, quando há quatro anos a política era não assustar as pessoas", garante. "Foi-me dito, a mim e a outros elementos da PAS, que não se podia dizer a verdade porque não se podia pôr as pessoas em pânico", adianta, "isto é de gente responsável?".
Segundo a PAS, o Algarve deve continuar a implementar preferencialmente medidas para aumentar a eficiência hídrica na região. Além da redução das perdas nos sistemas de abastecimento, "a redução do desperdício e do consumo excessivo de água, através da fiscalização e pagamento mais eficaz do consumo".
A plataforma defende ainda o incremento do reaproveitamento das águas residuais tratadas para diversos fins, a recolha da água da chuva em espaços urbanos e a promoção de uma agricultura adequada às condições climáticas.