Guilherme D'Oliveira Martins considerou que é preciso "planeamento estratégico" no poder local português". Mas assinalou os progressos que entende terem sido feitos na gestão dos dinheiros públicos.
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Na abertura da Conferência TSF/OCC, sobre "A política, os políticos e a gestão dos dinheiros públicos", o presidente demissionário do Tribunal de Contas apontou falhas à forma como é feito o planeamento da aplicação das verbas nos municípios portugueses.
Na conferência, que decorre na Universidade Católica em Lisboa, Guilherme de Oliveira Martins considerou que "há um défice de planeamento em Portugal." O país precisa de "planeamento estratégico para sabermos exactamente os meios que temos, os objectivos e, simultaneamente, como os aplicamos".
O ainda presidente do TdC sublinha que "a avaliação das políticas públicas tem sido reforçada", mas ainda "carece de enquadramento institucional".
É preciso ultrapassar impasse na formação do governo, dizem autarcas
No primeiro debate, sobre "A relação dos eleitos com os eleitores", os presidente das câmaras do Porto, o independente Rui Moreira, e de Viseu, o eleito pelo PSD Almeida Henriques consideraram que é importante que o compasso de espera na formação do novo governo seja ultrapassado.
Rui Moreira entende que Portugal já teve vários governos minoritários com condições para governar. Citou os exemplos de Cavaco Silva, António Guterres e José Sócrates; e alertou que é preciso que este "hiato" temporal não prejudique a imagem externa do país. "Goste-se ou não dos mercados, eles têm um papel determinante nas soluções dos problemas do país", acentuou Rui Moreira.
Para Almeida Henriques, que já foi deputado pelo PSD e já pertenceu ao governo com a pasta das autarquias, quem ganhou as eleições é que deve governar. Mas o autarca de Viseu apela ao entendimento entre a coligação PSD / CDS e o PS, partidos que considera pertencerem ao chamado "arco da governação".
Almeida Henriques sublinha que "não podemos pôr em causa valores comuns" por causa de "jogos partidários".
Poiares Maduro elogia "disponibilidade dos autarcas para o compromisso"
No encerramento da Conferência TSF/OCC, o ministro adjunto Miguel Poiares Maduro referiu-se à "necessidade de compromissos" visando mais o interesse público do que o partidário. O governante sublinhou "a disponibilidade" dos autarcas "para o compromisso", que considera fundamental "ser assumida em todo o país".
No poder local, acentuou Poiares Maduro", coloca-se o interesse das populações "muito mais à frente" do que o "interesse político-partidário imediato".