
O presidente da Associação Portuguesa de Bancos (APB), Fernando Faria de Oliveira, afirmou hoje que Portugal tem que «fazer todo o possível para evitar o caminho da Grécia».
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As consequências desta crise, apontou Faria de Oliveira, «foram vistas em termos da desvalorização ocorrida no mercado de capitais. Foi essa a primeira e grave consequência de uma crise política que tem que ser resolvida pelos responsáveis políticos».
Mas aquilo que, «como cidadão», o presidente da APB fez questão de destacar é que considera «fundamental que esta crise política seja resolvida o mais rapidamente possível, mas ponderando seriamente as consequências das soluções que vierem a ser adotadas».
Faria de Oliveira falava à margem do seminário "Segurança Digital e Privacidade no Setor Bancário", organizado pela sociedade de advogados SRS Advogados e a Associação Portuguesa de Bancos, em Lisboa.
«Temos que fazer todo o possível para evitar o caminho da Grécia. Temos que saber preservar aquilo que de positivo ocorreu até agora e temos que ser capazes de evitar danos cada vez mais profundos que uma crise política comporta», acrescentou.
Ora, para isso, sublinhou o mesmo responsável, «é preciso uma grande capacidade de discernimento, de lucidez, em relação àquilo que pode acontecer na solução que vier a ser encontrada. Mas isso compete aos políticos».
O presidente da APB fez questão de dizer aos depositantes que «o setor bancário português está robusto, está sólido, está solvente e oferece a maior serenidade possível».
«Uma coisa é as quedas inevitáveis em momentos como este -- aliás, os reflexos não foram apenas na bolsa portuguesa, acabaram por ser em todas as bolsas europeias -- que penalizam largamente os investidores e com isso penalizam largamente a economia. Mas em termos dos depositantes, aquilo que se pode dizer é que os seus depósitos estão seguros e podemos ter confiança no nosso sistema bancário», acrescentou.
Finalmente, Faria de Oliveira admitiu que a nova escalada dos custos de financiamento da economia portuguesa «é uma das consequências da crise que foi aberta", mas manifestou a esperança de que "possa ser minorada rapidamente, se se encontrarem as soluções políticas convenientes», até porque, «num momento pode estragar-se grande parte daquilo que se foi percorrendo».