A Reserva Federal acredita que o verão vai trazer clareza sobre o rumo a seguir na politica monetária norte-americana, numa altura em que o mercado de trabalho se encontra equilibrado, mas que a inflação permanece acima da meta dos 2%.
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Na última reunião antes de férias, o comité de governadores da Reserva Federal, banco central norte-americano, decidiu mantém as taxas de juro de referência, entre os 4,25% e 4,50%.
A mesma decisão pela quinta vez consecutiva, mas um movimento já amplamente aguardado pelo mercado., que procura agora pistas sobre o início do ciclo de cortes no segundo semestre do ano.
Para já, a decisão não foi unânime. Michelle W. Bowman e Christopher J. Waller votaram por um corte de 0,25 pontos percentuais, face aos restantes 16 elementos do comité, que determina o rumo da politica monetária dos EUA, num momento em que a Fed sofre forte pressão do presidente Trump para reduzir juros.
Com a manutenção dos juros de referência no intervalo de 4,25% a 4,50% a FED espera que o verão clarifique indicadores económicos face à realidade das tarifas impostas pela administração.
A decisão pouco surpreende quem acompanha os dados, uma vez que a inflação revela sinais de teimosa e o mercado de trabalho resiste resiliente e qualquer corte agora, seria um risco reputacional elevado, de acordo com vários analistas.
No comunicado, a Reserva Federal Norte-Americana aponta que os “indicadores recentes sugerem que o crescimento da atividade económica moderou na primeira metade do ano, mas a inflação continua um pouco alta.” Também adianta que a incerteza permanece elevada em relação a perspetivas económicas e está fortemente comprometida em apoiar o máximo o emprego e em trazer a inflação de volta ao objetivo dos 2%.
Ainda de acordo com o documento, a autoridade monetária dos EUA está preparada para ajustar a sua politica monetária, conforme for apropriado, caso surjam riscos que possam comprometer o alcance dos seus próprios objetivos.
Nem Jerome Powell, presidente da FED, na conferência de imprensa de justificação da decisão, nem o próprio comunicado da Reserva Federal, dão sinais sobre futuros cortes de juro e os investidores viram atenções agora para o próximo encontro da elite financeira norte-americana, presidido por Powell e que acontece todos os anos em Jackson Hole, no vale das montanhas do Wyoming, com a plataforma FedWatch, que mede as apostas do mercado, a indicar que os investidores acreditam que o primeiro corte de 0,25 pontos percentuais nos juros, possa acontecer a 17 de setembro.
