Fesap reitera que «não há possibilidade de acordo» sobre cortes de pensões
A Federação Sindical dos Sindicatos da Administração Pública manteve que «não há possibilidade de acordo» com o Governo, sobre as propostas de cortes de pensões, e vai pedir negociação suplementar, como os outros sindicatos do setor.
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«A nossa posição sobre esta matéria é clara. Não há qualquer possibilidade de chegarmos a entendimento com o Governo», disse o coordenador da FESAP Nobre dos Santos, à saída da última reunião agendada pelo Governo para discutir a proposta de lei que visa a convergência dos sistemas de pensões publico e privado.
O sindicalista lembrou aos jornalistas, num tom visivelmente emocionado, que o contexto atual de crise económica «grave» acabará por se traduzir «em situações de maior gravidade», se as novas regras vierem a ser aprovadas.
«A luz vai-se apagar para um conjunto de pessoas que toda a vida descontaram e não têm responsabilidade absolutamente nenhuma sobre a situação a que chegou a Caixa Geral de Aposentações», disse.
«Não nos calaremos, aconteça o que acontecer», disse o sindicalista.
O Governo deu hoje por concluídas as negociações relativas à convergência do sistema de pensões, que inclui cortes no valor das pensões em torno dos 10%, mas a FESAP, à semelhança do Sindicato dos Quadros Técnicos do Estado (STE) e da Frente Comum, deverá apresentar, nos próximos dias, pedidos de negociação suplementar sobre esta matéria.
O Governo estima que o diploma de convergência dos sistemas de pensões públicos e privados garanta poupanças à Caixa Geral de Aposentações (CGA) em torno dos 700 milhões de euros.