Depois das acusações da Concorrência, Fidelidade garante que sempre respeitou a lei
Seguradora reagiu à acusação de cartel feita pela Autoridade da Concorrência e que visa cinco seguradoras e 14 administradores.
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A seguradora Fidelidade garantiu esta terça-feira, em comunicado, "o seu total compromisso com o respeito pelas normas legais aplicáveis", alegando que "o seu comportamento no mercado português de seguros se tem pautado pela procura responsável de condições de sustentabilidade sistémica", até tendo em conta "preocupações" dos reguladores sobre o setor "que foram continuadamente transmitidas".
É assim que a seguradora reage à ação da Autoridade da Concorrência, que acusou hoje cinco seguradoras de "cartel de repartição de mercado e fixação de preços", sendo as empresas em causa Fidelidade e Multicare - Seguros de Saúde (ambas do grupo Fidelidade, comprado pela Fosun em 2014 à Caixa Geral de Depósitos), Lusitânia (pertencente ao Montepio), Seguradoras Unidas (do fundo norte-americano Apollo, que são a junção da Tranquilidade - que era do BES - e da Açoreana - que era do Banif) e a sucursal em Portugal da seguradora suiça Zurich.
Falando especificamente sobre o ramo de acidentes de trabalho, diz a Fidelidade que as medidas tomadas no passado tiveram como objetivo a "sustentabilidade do ramo" e a "a proteção do interesse dos seus segurados".
Além de cinco empresas, a Autoridade da Concorrência acusou ainda hoje 14 administradores de estarem envolvidos na constituição do cartel.
Segundo o regulador, o cartel terá durado sete anos e teve impactos nos preços dos seguros contratados por grandes clientes empresariais, nomeadamente em seguros de acidentes de trabalho, saúde e automóvel.
Esta investigação decorre desde maio de 2017 e foi aberta, explicou, depois de denúncia de empresas que participaram no cartel, ao abrigo do programa de clemência, que prevê dispensa ou redução de multas.
As seguradoras têm agora direito a apresentarem a sua defesa.
A Fidelidade disse, no mesmo comunicado, que as duas empresas do grupo acusadas "irão analisar cuidadosamente os documentos recebidos para efeito de exercício do seu direito de defesa".