A seguradora, proprietária de três torres em Santo António dos Cavaleiros, Loures, afirmou, no Fórum TSF, que vai "negociar caso a caso" a renda dos inquilinos.
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A Fidelidade garante que vai negociar as rendas caso a caso com os inquilinos dos edifícios de que é proprietária, em Santo António dos Cavaleiros, no concelho de Loures.
No Fórum TSF, Miguel Santana, administrador da Fidelidade Property, afirmou que não irá haver "qualquer ação de despejo".
"Despejo é uma ação que vem do incumprimento do contrato de arrendamento, e não de uma renegociação. Vamos negociar com todos", argumentou Miguel Santana.
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Os moradores dos três edifícios detidos pela Fidelidade foram notificados pela seguradora de que os seus contratos de arrendamento não iriam ser renovados e que teriam 120 dias para entregar as chaves do imóvel. A seguradora enviou, até ao momento, oito cartas (num universo de 126 inquilinos) e prevê o envio de mais sete até ao final do primeiro semestre deste ano.
A comunicação gerou um sentimento "de pânico" nos moradores, que criaram uma comissão e pediram ajuda à Junta de Freguesia local, à Câmara Municipal de Loures e aos partidos com assento parlamentar.
"Para nós, o sentido daquelas torres é estarem ocupadas. E é isso que vamos tentar. Vamos negociar com as pessoas numa ótica de [as habitações] permanecerem ocupadas", garantiu o administrador da empresa.
"Nós temos, obviamente, que assegurar a melhor gestão dos nossos ativos", admitiu Miguel Santana, acrescentando, no entanto, que todas as ações desenvolvidas são "em diálogo com os inquilinos". "Não tomamos ações unilaterais", declarou o administrador.
A Fidelidade esteve, há uma semana, reunida com a comissão de inquilinos dos edifícios detidos pela seguradora e com a Câmara Municipal de Loures.
À saída do encontro, Ana Oliveira, porta voz dos inquilinos da Fidelidade de Santo António dos Cavaleiros, afirmou que os moradores ainda não tem nenhuma garantia concreta por parte da Fidelidade.
"Saímos desta reunião com a sensação de que estão a sentir a pressão e estão a mudar um pouco a história. Não estão a gostar desta luta e dos contornos que tem ganho, mas de concreto ainda não temos nada. Vamos lutar porque isto é uma questão política e tem de ser discutido politicamente. Esta lei tem de mudar", defendeu.
*com Manuel Acácio