Fim das reformas obrigatórias aos 70 anos? CDS aplaude e reformados deixam alerta
Centrista Filipe Anacoreta Correia concorda com medida, enquanto Maria Rosário Gama aponta pontos positivos e negativos.
Corpo do artigo
O Governo tem a intenção de pôr fim à reforma obrigatória dos funcionários públicos aos 70 anos, como acontece há quase um século.
A notícia avançada pelo jornal Público dá conta que a recomendação aprovada no Parlamento há dois anos é para avançar e que o projeto diploma está a ser ultimado pelo Governo. A proposta foi, na altura, aprovada com os votos a favor de PS, PSD e CDS e teve a esquerda contra.
O CDS aplaude a medida e aponta os louros da medida para o próprio partido.
"O envelhecimento não deve ser visto como uma chaga, como algo que é mau, pelo contrário. Hoje em dia há muitos aspetos positivos associados ao envelhecimento e o envelhecimento ativo é com certeza um grande desafio. Não faz sentido que as pessoas só pelo facto de cumprirem 70 anos serem obrigadas a deixarem de trabalhar mesmo que sintam que têm condições para estar, mesmo que as suas equipas o reconheçam. Estamos naturalmente contentes que o Governo, embora tendo demorado algum tempo a perceber o mérito desta proposta, acabe por reconhecer na proposta do CDS qualquer coisa que é importante e que pelos vistos irá implementar", frisou Filipe Anacoreta Correia.
TSF\audio\2018\08\noticias\16\filipe_anacoreta_correia_medida_posi
Já para a Associação de Pensionistas e Reformados esta pode ser uma proposta com dois pontos de vista.
Maria Rosário Gama justifica "que esta alteração não seja motivo para que venha a aumentar a idade de trabalho, estamos a assistir a essas alterações todos os anos e receamos que seja um caminho aberto para que a idade de reforma aumente".
TSF\audio\2018\08\noticias\16\mariua_do_rosario_gama_1_salvaguarda
"E, por outro lado, a questão do emprego jovem... as pessoas que querem trabalhar poderem ter acesso ao emprego e se os lugares estiverem ocupados por pessoas que já seria suposto já estarem fora não podem ocupar esses lugares", frisou.
Para a dirigente da Associação de Pensionistas Reformados, "há algo positivo que é permitir que pessoas com mais de 70 anos, se assim o desejarem, poderem continuar a trabalhar desde que tenham condições físicas e cognitivas para desempenhar as tarefas que são importantes para os serviços em questão, mas que seja remunerado, porque há pessoas que continuam a trabalhar na Função Pública mas voluntariamente".