A secretária de Estado do Tesouro ainda não sabe quantos trabalhadores do BPN serão dispensados e quanto é que o Estado terá de reembolsar com o negócio da venda do banco.
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O Banco BIC, novo proprietário do BPN, já fez saber que não vai ficar com metade dos trabalhadores, sendo que os encargos com despedimentos vão ter de ser assumidos pelo Estado.
A secretária de Estado do Tesouro, que falava esta quarta-feira na Comissão de Orçamento e Finanças, sublinha que o compromisso do BIC em manter 750 postos de trabalho é para cumprir, mas o número definitivo ainda vai depender de quantos trabalhadores vão gerir alguns activos que ficam nas mãos do Estado.
«Os trabalhadores dos serviços centrais serão afectos ao BIC ou às sociedades», sendo ainda necessário analisar quais é que são afectos às sociedades e quais é que irão desempenhar funções para o BIC, «porque o BIC precisa naturalmente de trabalhadores dos serviços centrais», explicou a governante.
«Neste momento não podemos dizer exactamente quantos trabalhadores vão ou não ser dispensados», disse.
Por isso, a secretária de Estado também não sabe ainda quanto vai o Estado gastar com os despedimentos no BPN. O Governo apenas quantifica o valor que o Estado gastaria se o BIC não ficasse com nenhum trabalhador do BPN, 47 milhões de euros.
Este número foi avançado após o comunista Honório Novo ter acusado Maria Luís Albuquerque de esconder de propósitos custos associados aos despedimentos no BPN.
O Executivo omite «aquilo que é obviamente uma preocupação de qualquer Governo em qualquer parte do mundo, que é estimar os custos associados a uma decisão», acusou o deputado do PCP.
Honório Novo, que acredita que os trabalhadores dispensados serão mais de 800, frisou ainda que «qualquer gestão de qualquer empresa, média ou pequena, faz esta estimativa».
Na Comissão Parlamentar da Orçamento e Finanças, a secretária de Estado reafirma que o processo vai estar concluído quatro meses depois de o BIC tomar conta do BPN.