A agência de rating considera otimista a previsão do Presidente da República. Em resposta por escrito a perguntas da TSF, a Fitch lembra ainda que Portugal tem o atual nível de rating há um ano, mas que normalmente as mudanças de avaliação podem demorar dois anos ou mais.
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Tal como Cavaco Silva, a Fitch reconhece o impacto da depreciação do euro e a da baixa inflação no crescimento do país, mas, quando questionada sobre as previsões do Presidente da República, entende que «uma taxa de crescimento de 2% parece otimista». A agência diz que «não pode descartar» a possibilidade, mas não acredita no cenário proposto por Cavaco Silva e lembra que recentemente corrigiu em alta a previsão de crescimento de 1,2% para 1,5%.
Em relação ao rating, depois de, no final da semana passada, ter decidido manter Portugal no nível de lixo, a Fitch esclarece que «tipicamente, um outlook que não seja estável [positivo ou negativo] tem mudança num período de dois anos». Ressalva, no entanto, que «não há limite de tempo para a permanência de Portugal no nível BB, com outlook positivo», rating que, recorda a agência, foi atribuído há apenas um ano.
A agência acrescenta, aliás, que o outlook pode até «permanecer positivo durante mais tempo» e que «uma revisão para outlook estável não pode ser descartada se houver uma desaceleração ou travagem do ajustamento económico, orçamental e dos desequilíbrios externos». Ou seja, Portugal pode ter de ficar um longo período à espera da subida de rating para o nível de investimento.
Nas respostas da Fitch à TSF, a agência de rating reconhece ainda que as eleições este ano «colocam riscos à implementação de políticas e geram incertezas sobre o futuro das políticas económica e orçamental». Mas, como tinha referido no comunicado da semana passada, não espera uma grande mudança nas políticas depois das eleições de setembro ou outubro.