O FMI diz que o Governo tem de colocar no terreno medidas alternativas para se atingir a meta de 4,5 por cento do défice caso o Tribunal Constitucional chumbe algumas normas do OE.
Corpo do artigo
O Fundo Monetário Internacional aconselhou o Governo português a ter um plano B para 2013, até porque existe a possibilidade de algumas normas do Orçamento serem chumbadas pelo Tribunal Constitucional.
Caso esta hipótese se confirme, o FMI diz, num documento resultante da última avaliação feita a Portugal, que o Governo tem de colocar no terreno medidas alternativas para conseguir atingir a meta de 4,5 por cento do défice previsto para 2013.
O FMI avisa também que a tendência de redução das taxas de juro poderá inverter-se caso algumas das medidas do OE sejam rejeitadas pelo Tribunal Constitucional, o que poderá colocar em causa o regresso português aos mercados em setembro.
Este fundo adianta ainda que Portugal não deverá conseguir atingir a meta de cinco por cento do défice para 2012, mesmo com a receita da privatização da ANA.
Neste documento, surge ainda uma carta em que o ministro das Finanças Vítor Gaspar diz que o Governo está disposto a tomar mais medidas.
O fundo dirigido por Christine Lagarde elogiou ainda Portugal pelo trabalho feito a nível de reformas estruturais, muito embora se diga que estas reformas poderão não ter o resultado previsto.
No melhor dos quatro cenários traçados pelo FMI para Portugal, a perspetiva de longo prazo aponta para um crescimento de 2,75 por cento do PIB, abaixo dos três por cento apontados pelos economistas como criador de um crescimento sustentável e gerador de emprego.
Sobre os quatro mil milhões de euros que o Governo quer cortar na despesa, o FMI aconselha a um diálogo amplo e aberto e sublinha que dois terços desta despesa estão concentrados em salários e prestações sociais.