O FMI chama a atenção para o descontentamento da população, que pode levar a protestos de rua, se os decisores políticos não conduzirem reformas estruturais
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Há seis meses o Fundo Monetário Internacional (FMI) previa “uma desaceleração considerável do crescimento, mas nenhuma recessão. Seis meses depois, onde estamos?”, pergunta Kristalina Georgieva, que responde: “estamos numa casca de noz, melhor do que aquilo que esperávamos, mas pior do que aquilo que seria desejável”.
“A incerteza continua a aumentar, a aumentar, a aumentar, a aumentar”, reforça a diretora geral do FMI que esteve com os jornalistas esta quinta feira, no âmbito do encontro anual em Washington.
As projeções do FMI para os próximos anos apontam para um abrandamento do crescimento global o que leva a consequências, “a dívida pública está perto de níveis recorde e continua a subir, e a economia global está excessivamente desequilibrada”.
Por outro lado, “as forças da mudança estão a tornar a economia global menos previsível e isso está a ter impacto nas pessoas. As pessoas estão ansiosas e estão a sair às ruas para exigir melhores oportunidades de vida”.
Perante esta realidade os decisores políticos devem apoiar o setor privado e “para que o sector privado prospere, os países devem avançar com reformas internas amplas e ambiciosas”.
Georgieva apela ainda a que se mantenha o comércio global como motor de crescimento económico e longe de guerras de tarifas aduaneiras
O FMI apela a que se reduzam os desequilíbrios globais
“Países com excedentes excessivos, como a China, deverão impulsionar a procura interna, incluindo gastar menos em política industrial e mais em redes de segurança social”, apela.
E, “aqueles países com défices excessivos, nomeadamente os Estados Unidos da América, precisam de reduzir os défices fiscais e incentivar a poupança privada.