O Fundo Monetário Internacional (FMI) apelou hoje ao regresso das negociações entre Atenas e os bancos quanto à reestruturarão da dívida soberana da Grécia.
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«Esperamos que as negociações entre a Grécia e os seus credores sejam retomadas«, disse num breve comunicado um porta-voz do FMI, observando que sem acordo a dívida grega não é sustentável.
Os bancos suspenderam hoje as negociações com Atenas quanto às modalidades de reestruturação da dívida soberana do país helénico, após uma reunião entre o primeiro-ministro grego, Lucas Papademos, e o director do Instituto de Finanças Internacionais, Charles Dallara.
As discussões «não levaram a uma resposta construtiva de todas as partes», afirmou hoje o Instituto de Finanças Internacionais (IIF) num comunicado em que acrescentou que as negociações «estão suspensas para permitir uma reflexão» sobre a conveniência de continuarem.
Uma fonte próxima das negociações disse à agência de notícias France Presse que estas reuniões foram marcadas por um estado de tensão «extremo» e as partes «devem reconhecer a situação muito grave» para «evitar o pior».
De acordo com a agência Amna, citando fontes do Governo grego, o principal obstáculo são os juros dos novos títulos de dívidas que irão substituir os títulos de dívida detidos por bancos e seguradoras, que constituem o núcleo dos credores da Grécia.
Outro dos assuntos em cima da mesa diz respeito à legislação que será aplicável, que poderá ser a lei grega, como pretende Atenas, ou a britânica, como é exigido pelos credores.
A reestruturação da dívida grega é um dos pilares do segundo programa de resgate anunciado em Outubro passado pelo FMI e pela União Europeia no valor de 130 mil milhões de euros.
Este processo prevê que os privados (bancos, seguradoras e fundos) aceitem uma perda de 50 por cento na dívida grega, o que aliviaria o endividamento grego em cerca de 100 mil milhões de euros.
Os contactos deverão ser retomados provavelmente na próxima quarta-feira, embora os bancos já tenham avisado a Grécia de que o tempo para um acordo quanto à participação do sector privado se está a esgotar.