O director-geral do FMI afirma que Portugal está numa situação muito complicada e vai ter que provar aos credores que está a adoptar as medidas necessárias para consolidar as contas.
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Em entrevista conjunta ao El País, The Washington Post e La Repubblica esta quarta-feira, Dominique Strauss-Kahn disse que, tendo em conta a pressão dos mercados, Portugal teve «tomar as medidas adequadas» para restaurar a confiança.
O governo português «deve mostrar quais as medidas que quer tomar e se elas são dignas de confiança», insistiu o responsável máximo do Fundo Monetário Internacional.
A possibilidade de Portugal pedir ou não um empréstimo dependerá da «situação no mercado», prosseguiu.
«Não se trata tanto de um problema de dívida pública, mas de financiamento dos bancos e da dívida privada», o que configura um «caso totalmente diferente do da Grécia», acrescentou.
«O cenário em Portugal não é tão fácil como o de Espanha, tudo dependerá da forma como evoluir a situação do mercado em Portugal, se necessitam de pedir empréstimo ou não», afirmou Dominique Strauss-Kahn, frisando que «Portugal está numa situação muito complicada».
«No caso de Espanha e do Governo espanhol, tomaram medidas. No caso do Governo português, tem que mostrar que medidas quer tomar e se são de confiança», insistiu.
Desde a demissão do primeiro-ministro, José Sócrates, a 23 de Março, Portugal tem estado sujeito a uma pressão crescente dos mercados financeiros que, inquietos para a sua solvabilidade, exigem taxas de juros historicamente elevadas para refinanciar o país.