O chefe da missão do FMI para Portugal avisa que a revisão da meta do défice para 2014 não esta em cima da mesa e não é uma alternativa para contornar o chumbo do Tribunal Constitucional à convergencia das pensões.
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Em entrevista ao Expresso, Subir Lall esclarece ainda que a décima avaliação só será fechada quando forem encontradas medidas alternativas que compensem as contas públicas.
Sem margem de revisão, a meta do défice para 2014 é mesmo para cumprir sem flexibilizações. O chefe de missão do FMI avisa o Governo que esta não é uma alternativa ao chumbo do Tribunal Constitucional à convergência do sistema de pensões.
Em entrevista ao Expresso, Subir Lall diz que a troika acordou com o Governo que serão apresentadas medidas alternativa e acrescenta mesmo que se estas não forem apresentadas, a décima avaliação do programa de assistência financeira fica em aberto.
Sobre o caminho a seguir, o técnico do Fundo Monetário Internacional reconhece que a redução da despesa é sempre melhor do que subir impostos.
Ou o governo encontra as alternativas de alta qualidade com as quais se comprometeu ou não será possível fechar a décima avaliação.
As palavras são do chefe da missão do FMI em Portugal. Subir Lall realça que, depois da decisão do Tribunal Constitucional, cabe agora ao Governo decidir novas medidas, sob pena de o país ver comprometido o regresso aos mercados, vias alternativas que, para o líder da missão, devem continuar centradas nas pensões e não numa subida de impostos.
Questionado sobre uma eventual flexibilização, o chefe da missão é claro: Não há qualquer margem de manobra para ver as metas suavizadas. A chave, diz Subir Lall, passa por manter a credibilidade, depois de ameaçada com a crise política do verão.
Apesar dos riscos, Subir Lall diz-se optimista e fala mesmo em "sinais bastante positivos", mas admite que, depois de um programa "ambicioso" é ainda "muito cedo" para afastar o cenário de um segundo resgate..
Sobre as declarações da directora geral do FMI, que afirmou tratar-se de uma "questão de honra" reconhecer os erros da instituição nas previsões sobre os efeitps da austeridade, Subir Lall garante que não há quaisquer divergências entre a direcção e as missões técnicas..
Divergências que, salienta, devem terminar no plano interno português.
Para o chefe da missão, o país deve seguir o caminho do «entendimento comum sobre onde é preciso chegar», deixando uma nota: depois das reuniões, a missão saiu de Portugal com a ideia de que Governo e PS estão de acordo sobre o plano a médio prazo.