A posição do FMI surge no dia em que a instituição aprovou "tranche" de 910 milhões de euros para Portugal, no âmbito da ajuda externa ao país.
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O Fundo Monetário Internacional (FMI) concluiu hoje a 10.ª avaliação ao programa de ajustamento de Portugal e aprovou a libertação de uma "tranche" de 910 milhões de euros.
Em comunicado, o FMI referiu que a conclusão da 10.ª avaliação, a antepenúltima antes do fim do programa de ajustamento, realizada em dezembro, permitiu o «imediato desembolso» de uma nova "tranche" de 910 milhões de euros, aumentando assim para 25,1 mil milhões de euros o valor entregue pela organização internacional a Portugal no âmbito da ajuda externa.
No comunicado, a instituição liderada por Christine Lagarde diz que são precisos novos passos para tornar sustentável a recuperação da economia portuguesa.
Além de um mercado de trabalho mais flexível, o FMI defende mais cortes na despesa do Estado, uma maior racionalização da administração pública, novas reformas fiscais e um maior acesso ao crédito.
O organismo reitera que «as reformas estruturais são a chave para aumentar o potencial de crescimento da economia portuguesa», sendo que é ainda necessário um maior aumento da competitividade no mercado de produto, uma maior flexibilidade no mercado de trabalho e mais investimento, em especial nas exportações, de modo a gerar mais emprego.
O comunicado da instituição cita declarações da vice directora do FMI, Nemat Shafik, que afirma que apesar de alguns contratempos judiciais recentes, a implementação do programa de ajustamento português é louvável.
Nemat Shafik sublinha a evolução positiva dos indicadores económicos mas lembra que a taxa de desemprego, embora em declínio, ainda é elevada.
A vice-directora do FMI faz ainda questão de frisar o esforço do governo português na implementação do programa, fundamental na ótica do Fundo, para Portugal recuperar a confiança externa e fazer novos progressos na sustentabilidade fiscal.
Shafik destaca também a importância da consolidação orçamental para colocar a dívida publica numa trajetória claramente descendente. Para isso, lembra a vice-directora do FMI, devem ser combatidas as pressões para aumentar a despesa pública, a reforma da administração pública deve continuar bem como o esforço para reduzir o fosso entre a despesa com prestações sociais e a receita com contribuições.
O Governo convocou hoje os parceiros sociais para uma reunião com a 'troika' no dia 26 de fevereiro, no âmbito da décima primeira avaliação do Programa de Assistência Económica e Financeira (PAEF) a Portugal.
A décima primeira avaliação da 'troika' vai arrancar a 20 de fevereiro.
Este exame, à semelhança dos anteriores, tem como objetivo analisar «o trabalho realizado e o planeamento dos últimos meses» do PAEF.