
Fundo Monetário Internacional
Reuters
O Fundo Monetário Internacional afirmou na terça-feira que os países devem evitar reduzir os défices orçamentais demasiado depressa, mesmo quando estão sob pressão dos investidores.
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Num relatório divulgado na terça-feira, em que são compiladas as lições a tirar da crise financeira global que desencadeou uma crise de dívida na Europa, os analistas do Fundo Monetário Internacional (FMI) referem: «como vimos em alguns países da zona euro, países com uma posição orçamental fraca que estão a enfrentar pressões dos mercados ou que perderam acesso ao mercado adotaram ajustamentos amplos».
«Em muitos países, os desequilíbrios orçamentais são de tal magnitude que atacá-los no curto prazo exigiria um ajustamento numa escala que teria um impacto dramático na atividade económica e que iria ter consequências devastadoras na provisão de serviços pelos governos», lê-se no documento.
«Mesmo os países que estão sob pressão por parte dos mercados devem ter "limites de velocidade" que determinem o seu ritmo de ajustamento desejável», acrescentam os especialistas do Fundo.
A instituição liderada por Christine Lagarde tem estado a manifestar gradualmente um menor apoio à adoção de políticas de austeridade, optando por um discurso mais preocupado com o crescimento económico.
O economista-chefe do FMI Olivier Blanchard, por exemplo, tem alertado que os cortes orçamentais causaram já uma contração do crescimento económico maior do que o esperado na Europa.