O FMI avisa que Portugal tem de racionalizar os gastos com salários na função pública e o número de trabalhadores do Estado.
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O Fundo Monetário Internacional (FMI) apela a um debate público para encontrar a melhor forma de repartir o fardo do ajustamento de forma equitativa e favorável ao crescimento económico
Num documento, o FMI sublinha que o foco da discussão tem de ser a racionalização do emprego no setor público, bem como nas pensões e noutras despesas sociais, com o objetivo de tornar os serviços prestados pelo Estado e uma redistribuição da riqueza mais equitativa.
O FMI avisa ainda que, nos próximos anos, vai ser muito difícil aliviar a carga fiscal sobre famílias e empresas, mas salienta que há margem para reduzir as distorções fiscais e simplificar os impostos
O Estado tem de direcionar os incentivos fiscais para as exportações e combater a fraude fiscal.
A instituição alerta, por outro lado, para o enquadramento internacional desfavorável que podem afetar as exportações e sublinha que esses fatores não podem fazer o país vacilar no cumprimento do memorando e no consenso social e político em torno do ajustamento.
Ainda sobre os fatores externos, o FMI admite que o sucesso do programa não depende apenas de Portugal, alertando que as autoridades europeias têm de clarificar se e de que forma o país pode beneficiar do programa especial de compra de dívida pública de países em dificuldades.
No entanto, a instituição liderada por Christine Lagarde elogia os avanços feitos até agora, falando num esforço impressionante e num progresso no que respeita a medidas do lado da receita e da despesa.