A "troika" espera que o Governo não abandone a ideia de baixar a Taxa social Única já que sem essa medida o ajustamento da economia portuguesa será mais severo.
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O Fundo Monetário Internacional (FMI) espera que a possibilidade de uma redução da taxa social única «possa continuar na agenda» do Governo, disse hoje em Lisboa Hossein Samiei, membro da equipa de ajuda externa a Portugal.
Esta medida estava inicialmente prevista pelo Executivo português. O Governo acabou, contudo, por recuar, considerando que não havia margem orçamental para reduzir os impostos.
«As autoridades acharam que o momento não era bom, devido ao ajustamento [orçamental]. Respeitamos esse ponto de vista, mas esperamos que [uma redução da taxa social única] possa continuar na agenda», disse.
Hossein Samiei garante que sem a descida da taxa social única o programa de ajustamento será mais duro.
Para Teodora Cardoso, administradora do Banco de Portugal, nomeada para a Presidência do Conselho das Finanças Públicas, esta continua a ser uma matéria complexa, considerando que o país não tem para já margem para avançar com esta medida.
Teodora Cardoso explica que não é fácil garantir que a descida da taxa vai, como se pretende, beneficiar as empresas exportadoras em vez do mercado interno.
A administradora do Banco de Portugal recorda ainda que a descida da taxa social única teria de ser compensada por um aumento do IVA e que nesta altura este imposto já está a um nivel que dificulta a implementação da medida.