O CEO do grupo francês BPCE, Nicolas Namias, na conferência de imprensa na manhã desta sexta-feira, confirmou a compra dos 75% à Lone Star e a continuação das conversações com o Governo português para entendimento e formalização da aquisição dos restantes 25%
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Numa altura em que o Estado português ainda detém 11,5% do Novo Banco além dos 13,5% do fundo de resolução, os franceses que assinaram o memorando de entendimento para ficar com os 75% do acionista maioritário, a Lone Star, garantem continuar as conversações para formalizar a compra do restante que lhes permita deter a 100% aquele banco português.
O CEO do grupo francês BPCE, Nicolas Namias, na conferência de imprensa na manhã desta sexta-feira, garantiu que aceitará a decisão, seja ela qual for, mas sublinhou que esta é a maior operação de aquisição de um banco na zona euro dos últimos 10 anos e de uma instituição bancária que é o quarto maior banco comercial português, com quota de mercado significativa de 9% do mercado domestico e 14% do mercado corporativo e empresarial.
Esclareceu ainda que não comenta conversações que estão em curso com as autoridades, mas assegurou que este negócio não começou a ser acordado durante a visita do Presidente francês a Portugal: “O que vos posso dizer é que o BPCE não esteve envolvido na visita do Presidente Macron a Portugal.”
Para o banqueiro francês, este é um investimento de longo prazo na economia portuguesa, por se tratar de um banco Premium que é mais do que um banco comercial. Não é tanto um banco de retalho, é mais um banco especializado em boa parte no financiamento ao consumo, por isso, aguarda com expetativa o seu desenvolvimento futuro.
"Deixo ainda a garantia aos jornalistas que o grupo não vai usar o Novo Banco para fazer aquisições de outros bancos na Europa. Como sabem, a compra do Novo Banco é um grande projeto que implica um valor de 6,4 mil milhões de euros e isso significa que é o maior projeto de investimento realizado na Europa nos últimos 10 anos, pelo que será esse apenas o nosso foco: garantir o sucesso desta aquisição. Por isso, não estamos a jogar outras cartadas. Estaremos muito focados no sucesso desta aquisição do Novo Banco em Portugal."
