O pedido do economista já seguiu por carta para António Costa, revela o Público. Num artigo de opinião no jornal, Louçã explica porquê.
Corpo do artigo
Francisco Louçã aponta três razões para considerar que a entrega ao Lonestar ou ao Apollo - Centerbrigde é uma "solução má".
Em primeiro lugar, trata-se de "flibusteiros, ou aventureiros provados no alto mar da finança mundial". O Lonestar, um fundo texano, "nasceu na crise dos anos 1990 e lançou-se com o crash dos tigres asiáticos, comprando propriedade imobiliária e empresas em dificuldades". Negoceia dívida e aposta na "destruição de empresas ou a sua venda a curto prazo".
O negócio do Apollo - Centerbrigde é basicamente o mesmo. Por isso, escreve Louçã, caso o governo decidisse entregar o Novo Banco a um dos dois fundos norte-americanos, "só poderia queixar-se de si mesmo".
Em segundo lugar, a forma como estes fundos atuam é "perigosa". Trabalham no curto prazo, logo, "procurarão utilizar as garantias do Estado e os créditos fiscais, pedir novos empréstimos e retirar capitais do banco". Logo, "ameaçarão o banco, atacarão os bancos clientes e arriscarão os depositantes".
Por fim, e em terceiro, o défice. No artigo de opinião no Público, o economista, fundador do Bloco de Esquerda, deixa uma certeza: "se lhe dissessem que o Novo Banco seria vendido nestas condições, poderia ter a certeza que a sua carteira foi arrombada, mas não vejo o governo a alinhar nesta aventura".
Louçã avisa ainda que "a solução Monteiro tem que ser evitada, tanto mais que há alternativas a este caríssimo ultimato quarta-feirista". Quais? Decidir que a instituição "deve integrar a banca pública para uma recapitalização ponderada ao longo do tempo e para uma gestão virada para o crédito que estimule a economia".
Contactado pela TSF, Francisco Louçã não quis prestar declarações. Disse apenas que "prefere manter
reserva (da carta) até o governo tomar uma decisão, limitando-se a apresentar, como fez no Público,
razões da preferência pela solução pública".