Frente Comum considera "provocação" proposta de base remuneratória 50 cêntimos acima do salário mínimo
Sebastião Santana denuncia a existência de mais de 160 mil trabalhadores da Administração Pública "a sobreviver" com o salário mínimo
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A Frente Comum de Sindicatos da Administração Pública acusou esta quarta-feira o Governo de "provocação" após a apresentação da proposta da atualização da base remuneratória da administração pública para 870,50 euros (valor bruto) em 2025, 50 cêntimos acima do salário mínimo.
À saída da primeira reunião do processo de negociação anual dos salários da Administração Pública no Ministério das Finanças, Sebastião Santana lamentou a proposta apresentada esta quarta-feira pelo Executivo de Luís Montenegro.
"O que o Governo propõe é um aumento de 50 cêntimos no salário mínimo na Administração Pública em relação ao que vai ser o salário mínimo nacional. Eu acho que não é preciso tirar grandes ilações daqui. É objetivamente uma provocação dizer que os trabalhadores da Administração Pública vão ganhar mais de 50 cêntimos do que o salário mínimo", afirmou o coordenador da Frente Comum, em declarações à RTP.
Sebastião Santana denuncia ainda a existência de mais de 160 mil trabalhadores da Administração Pública "a sobreviver" com o salário mínimo.
A Fesap está, por esta hora, reunida com a secretária de Estado da Administração Pública, Marisa Garrido, depois de ter reunido com o Sindicato dos Quadros Técnicos do Estado.
A Fesap, afeta à UGT, propõe um aumento salarial de 6,5% em 2025, com uma atualização mínima de 85 euros para todos os trabalhadores do Estado, e uma subida do subsídio de refeição de seis para oito euros por dia.
Para a base remuneratória da administração pública (vulgo salário mínimo no Estado), a Fesap propõe subida para os 906,83 euros em 2025.
A Frente Comum, afeta à CGTP, exige aumentos salariais de, pelo menos, 15%, com um mínimo de 150 euros por trabalhador, a partir de janeiro de 2025, e que o subsídio de alimentação seja aumentado para 10,50 euros. Em maio, a Frente Comum defendia que o salário mínimo no Estado fosse para 1.000 euros ainda este ano.
A próxima reunião entre o Governo e o STE acontece dia 16.