Os sindicatos reagem entre a suspeita e a descrença sobre a hipótese do Governo aumentar o número de funcionários públicos na mobilidade especial ou subir o horário de trabalho.
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Na segunda-feira, na conferência de imprensa, em que foram anunciados os resultados da sexta avaliação da troika, Vítor Gaspar falou na importância da organização do tempo de trabalho e o secretário de Estado Hélder Rosalino anunciou um alargamento da lei da mobilidade especial a todos sectores da administração pública.
Bettencourt Picanço, do Sindicato dos Quadros Técnicos do Estado, aguarda por propostas concretas porque não lhe parece razoável que o Governo se esteja a preparar para mais cortes no pessoal ou para alargar o horário semanal de trabalho.
«Não pode estar em cima da mesa o alargamento do tempo de trabalho numa altura em que o desemprego é crescente, vir acenar com mais mobilidade especial, isto é, colocação de trabalhadores na prateleira ou por outras palavras despedimentos encapotados é algo que não passaria pela cabeça de ninguém em termos políticos», considera.
Outro sindicalista, José Abraão, dirigente da Federação do Sindicato da Administração Pública, aguarda por explicações do Governo, mas não tem grandes dúvidas de que estão a ser preparadas mais medidas negativas para os trabalhadores do Estado.
Esta manhã, à entrada para uma reunião da concertação social, o secretário geral da UGT também comentou o que ontem foi dito pelo Governo.
João Proença considera que os trabalhadores do Estado têm uma segurança, que é a Constituição da República, o que acabará por defende-los das intenções do Executivo.
Para Arménio Carlos, secretário geral da CGTP, o Governo tem uma intenção, acabar por despedir funcionários públicos, o que considera estar em coerência com o que é a estratégia geral para o país.