A estenfiliose afeta as produções desde 2014 em Portugal. No ano passado, a presença da doença e o clima levaram a uma queda de quase 50% na produção.
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Os primeiros 15 dias são decisivos para perceber até que ponto a presença da estenfiliose pode afetar as produções de pera rocha, garante a Associação Nacional de Produtores de Pera Rocha.
Em 2016 foram produzidas em Portugal 116 mil toneladas de pera rocha, quando a capacidade produtiva nacional é de 220 mil/ano.
O período de colheita é também o período de maior expansão do fungo nos pomares, garante Domingos dos Santos, presidente da Associação Nacional de Produtores de Pera Rocha. A associação espera uma produção entre as 180 a 190 toneladas este ano. Um valor que depende da expansão da estenfiliose ao longo das próximas semanas.
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A presença do fungo está identificada desde 2014. Em setembro de 2016, o Governo respondeu à crise na produção de pera rocha com a criação de um grupo de investigação liderado pelo Instituto Nacional de Investigação Agrária e Veterinária (INIAV).
O grupo envolvia outras instituições, como a Centro Operativo e Tecnológico Hortofrutícola Nacional (COTHN). Maria do Carmo Martins, secretária-geral do Centro Operativo e Tecnológico, considera insuficiente a aposta na investigação na área.
Sem financiamento do Ministério da Agricultura, o grupo de trabalho dedicado à estenfiliose resumiu o seu trabalho à parceria entre as entidades envolvidas, segundo a secretária geral do Centro Operativo e Tecnológico.
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A TSF teve acesso ao último relatório sobre a expansão do fungo do INIAV, que confirma a presença do fungo. Quatro pomares na região entre Mafra e Leiria foram acompanhados ao longo do ano.
A estenfiliose afeta 20% dos frutos de uma produção em Silveira, Torres Vedras. Há sinais da presença do fungo nas árvores de fruto nas quatro produções.
A pera rocha é a o produto hortifrutícola mais exportado em Portugal. Em 2016, 86% das 116 mil toneladas produzidas tiveram como destino os mercados internacionais.