Galp arranca com obras de novos sistemas de armazenagem de energia na Península Ibérica

A cumprir estes planos, a Galp eleva a capacidade instalada com 1,7 GW em operação e passa a ter energia suficiente para alimentar uma grande cidade, mesmo um pouco acima da média de produção de uma das centrais nucleares europeias ainda no ativo, que varia entre 0,5 e 1 gigawatts.

Em comunicado, a empresa informa que iniciou a construção de cinco projetos de armazenamento de energia com uma capacidade total de 74 MW/147 MWh, que vão permitir tornar a companhia, que já é um dos principais produtores ibéricos de energia fotovoltaica, num dos maiores operadores de baterias da Península Ibérica, com 79 MW/158 MWh.

Asseguradas pela Sungrow e ligadas a dois dos maiores parques fotovoltaicos da Galp, em Alcoutim (Algarve) e em Manzanares (Castilla la Mancha), estas unidades de armazenamento recorrem a baterias e incorporam inversores com a tecnologia grid-forming, que contribuem para uma maior estabilidade da rede elétrica. Este tipo de baterias armazenam energia durante o dia e disponibilizam-na à rede nos períodos de maior consumo, sobretudo ao início da noite.

Para Georgios Papadimitriou, administrador executivo da Galp e responsável pelas Renováveis, ”estes projetos reforçam o contributo para um sistema energético ibérico mais sustentável, combinando geração renovável com soluções tecnológicas de ponta de armazenamento de energia de última geração".

"Ao criarmos capacidade para fornecer energia limpa, mesmo nos períodos críticos de maior procura, estamos a promover ativamente um sistema elétrico mais sustentável, fiável e acessível para todos”, refere.

O plano é transversal à Peninsula Ibérica e passa por desenvolver em Portugal um conjunto de quatro sistemas de armazenamento já em curso, com uma capacidade conjunta de 60,5 MW/120,4 MWh de capacidade (baterias de duas horas), integrados nos parques solares de Alcoutim.

São projetos financiados pelo Plano de Recuperação e Resiliência, através do REPowerEU, e significam a expansão do projeto de 5 MW/20 MWh em operação já desde o início de 2025 em Alcoutim.

Em Espanha, a ideia é instalar um sistema de armazenamento de 14 MW/28 MWh em Manzanares, na região de Castilla-La Mancha. A operação e otimização destes sistemas será assegurada pelo Centro de Controlo da Galp, homologado pela REN e pela REE, respetivamente em Portugal e Espanha, que centraliza em tempo real a gestão dos parques fotovoltaicos das unidades de armazenamento e do consumo industrial, maximizando o valor da energia produzida. Mas a empresa sublinha que este centro não gere apenas a carteira de ativos da Galp, mas também de terceiros. No caso, ao integrar os sistemas de baterias com modelo de operação avançado, o Dispatch Center vai permitir à empresa participar ativamente em diversos mercados de energia e serviços de sistema, como reserva rápida de frequência, regulação de tensão ou serviços de inércia sintética.

Neste momento, já está a operar reservas de restabelecimento de frequência manuais e automáticas, bem como a regulação de tensão, o que no seu entender, são avanços estratégicos que asseguram uma resposta rápida às necessidades da rede, aumentando a resiliência do sistema elétrico e reduzindo custos de operação para o sistema e para os consumidores.

Nesta fase, a Galp também continua a expandir a sua capacidade solar fotovoltaica, tendo concluído dois novos parques solares em Espanha. O primeiro, designado Toledo & Ahin na região de Castilla-La Mancha, tem uma capacidade instalada de 65,4 MWp e uma produção anual estimada de 127.000 MWh. O segundo, em Almaraz, rente à fronteira, na província espanhola da Extremadura, dispõe de uma capacidade de 49,87 MWp e uma produção anual de 95 mil MWh.

No seu conjunto, lê-se ainda no mesmo comunicado, os dois parques são o suficiente para abastecer cerca de 62 mil famílias e evitar 23 mil toneladas de CO2 por ano. E que com estas adições, a Galp passa a contar com 1,7 GW de capacidade instalada de energia solar fotovoltaica.