Gás de botija com redutores compatíveis: consumidores vão poder escolher garrafa que for mais barata
A Entidade Reguladora dos Serviços Energéticos (ERSE) vai divulgar uma lista dos redutores que encaixam em diferentes marcas de botijas de gás
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Os redutores das botijas de gás podem ser compatíveis uns com os outros, apesar de pertencerem a marcas diferentes. E, para o consumidor ter a liberdade de escolher a garrafa que for mais barata, o presidente da ERSE, Pedro Verdelho, defende que só assim se consegue “exercer o direito de escolha de fornecedor das garrafas mais baratas”.
A ERSE vai identificar os redutores que consegue encaixar em diferentes marcas de garrafas, sublinha Pedro Verdelho, esta quarta-feira na comissão parlamentar de Ambiente e Energia.
Para o presidente da ERSE, o panorama dos custos da eletricidade, do gás e dos combustíveis só apresenta uma fatura elevada para os consumidores devido à receita em impostos de que o Estado não abdica.
“As renováveis pressionam o preço para baixo. É evidente que este processo de descarbonização tem os seus efeitos também na Europa. Nós hoje temos preços de eletricidade no segmento doméstico residencial 14% abaixo da área do euro. E na indústria 35% abaixo da zona euro”, explica Pedro Verdelho.
Já “relativamente aos combustíveis, os nossos preços sem impostos são inferiores aos de Espanha, quer na gasolina, que no gasóleo”, admite o responsável pela ERSE.
Pedro Verdelho explica ainda porque é que a produção e o consumo de eletricidade têm de ser pensados em termos ibéricos.
“Existe um reduzido diferencial de preços entre Portugal e Espanha. Nuns meses vai numa direção, noutros segue noutra. Estamos a falar de um reduzido número de horas de congestionamento, onde se observa essa separação de preços. A nossa importação ocorre, sobretudo em horas de fora de vazio, durante o dia, devido à forte penetração de energia solar em Espanha, onde aproveitamos a existência de preços muito baixos, em algumas horas até negativos vindos de Espanha”, fundamenta a ERSE.
O presidente Pedro Verdelho destaca ainda o papel futuro que o autoconsumo vai passar a ter. “Este crescimento é conseguido, graças ao quadro regulatório que foi adotado, onde as barreiras à penetração deste tipo de tecnologias foram efeminadas.”
Portanto, “nós temos hoje cerca de 1,8 GW de potência instalada em autoconsumo e autoconsumo coletivo e isto representará para o próximo ano cerca de 5% do consumo nacional”.
Pedro Verdelho acrescenta que o mercado deve ter estabilidade e, por isso, mesmo se for para descer, as componentes do preço da energia devem ser mexidas uma vez por ano.