O Intermarché responde às afirmações do presidente da Prio, que acusou o grupo de comprar combustível a empresas que estão a ser investigadas por importações ilegais de gasóleo.
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A administração do Intermarché assegurou, esta segunda-feira, que os postos de abastecimento do grupo são fornecidos "em exclusivo" pela Galp e Repsol, assegurando a qualidade dos combustíveis vendidos e justificando os baixos preços à "política de lucro moderado".
"O princípio dos Mosqueteiros assenta nos preços baixos e lucro moderado e isso é algo de que não abdicamos. A tentativa de associar os nossos preços baixos a uma menor qualidade ou, eventualmente, à prática de compra de produtos que fogem aos impostos é completamente despropositada e desprovida de fundamento", afirmou o administrador do Intermarché, João Magalhães.
"Tanto assim é que inclusive temos uma entidade (a SGS) que certifica os nossos postos de combustível e a conformidade e qualidade do combustível que é por nós comercializada", acrescentou.
O responsável respondia, assim, às afirmações do presidente da Prio, Pedro Morais Leitão, que em entrevista ao Jornal de Negócios e à Antena 1 referiu a existência de "concorrência desleal do Intermarché nos combustíveis", acusando o grupo de comprar combustível a empresas que estão a ser investigadas por importações ilegais de gasóleo e de "ignorar" que se trata de "contrabando".
Assumindo "indignação" face a estas declarações, que considera serem uma forma "desprezível" de "tentar ganhar quota de mercado dizendo mal dos concorrentes diretos", João Magalhães assegurou que a Prio "sabe bem" que os postos de combustível do Intermarché são abastecidos pela empresa Alcapetro, do mesmo grupo, cujos "fornecedores exclusivos são, desde há já bastante tempo, a Galp e a Repsol".
Relativamente ao processo judicial em curso em que o Estado português acusa cinco empresas que importam gasóleo de Espanha sem ser declarado, exigindo 48 milhões de euros em compensações pela "falta reiterada de pagamento", o administrador diz estar "perfeitamente à vontade porque nem a Galp, nem a Repsol fazem parte dessa listagem".
"Por aquilo que lemos e soubemos, essa suposta quantidade de produto representaria cerca de 4% a 5% do combustível vendido em Portugal. Não estamos preocupados com os adversários, mas em continuarmos com a nossa política de tentar garantir o melhor produto aos melhores preços aos nossos clientes, independentemente da política dos outros", sustentou.
Sublinhando que "a Prio sabe bem qual a proveniência do combustível que o Intermarché compra e comercializa", João Magalhães avança ainda que esta empresa tentou, aliás, "há cerca de dois meses, negociações com o grupo com o intuito de o fornecer com os seus combustíveis".
Algo que, frisou, o Intermarché recusou porque tem com a Galp e a Repsol "contratos de fornecimento que não quer de forma alguma por em causa, dada a boa relação comercial que com eles mantém", e também porque "não reconhece qualidade acrescida nos produtos da Prio que justificasse a sua inclusão também como fornecedor".
Convicto que as declarações do presidente da Prio pretenderam apenas "denegrir a imagem" do Intermarché, atentando contra "o bom nome, prestígio e credibilidade" de um "concorrente direto", numa "atitude censurável e de concorrência desleal", João Magalhães afirma-se "indignado" e deixa no ar a pergunta: "Sendo assim, como é que às vezes os postos fornecidos por esse operador conseguem ter preços mais baixos do que os nossos?".