O Governo português admite a hipótese de a zona euro emitir obrigações conjuntas (eurobonds), mas só «num prazo alargado», adiantou o ministro das Finanças, Vítor Gaspar.
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Numa audiência perante as comissões parlamentares dos Assuntos Europeus, do Orçamento e da Economia dedicado ao conselho europeu que começa esta quinta-feira, Vítor Gaspar disse que «não há posição do Governo português que exclua essa possibilidade», em resposta a uma pergunta do deputado socialista Vitalino Canas, que mencionou as eurobonds.
«O Governo português sempre afirmou que as euro-obrigações são uma questão que pode ser equacionada no quadro do aprofundamento da integração europeia», acrescentou Gaspar, notando, contudo, que as eurobonds «dificilmente poderão constituir uma contribuição de grande relevância para a situação de crise sistémica que vivemos hoje», vincando porem que «num prazo mais alargado, poderão ganhar um significado muito maior».
Nesta comissão, Vítor Gaspar rejeitou ainda por completo a ideia de criação de uma Europa a duas velocidades, com duas moedas diferentes, uma para os países mais ricos e outra para os mais pobres
«Uma união orçamental efectiva que permita ancorar as finanças públicas dos Estados-membros em posições de estabilidade, garante a estabilidade e a coesão da área do euro e portanto contribui para a estabilidade financeira e para a exclusão de qualquer possibilidade de fragmentação da área do euro».