
Vítor Gaspar
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O ministro das Finanças explicou que a despesa primária do Estado será reduzida em dez por cento em 2012, contudo, só em Agosto e Outubro se saberá como serão feitos os cortes.
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O Governo comprometeu-se a reduzir a despesa primária do Estado em dez por cento em 2012, contudo, não esclareceu onde vai fazer os cortes para chegar a este objectivo.
No final do Conselho de Ministros desta quinta-feira, o Governo fixou ainda o objectivo de reduzir em cinco por cento as despesas públicas de forma a consolidar as contas do Estado.
O ministro das Finanças explicou que a forma como estes cortes serão feitos será explicada, numa primeira fase, no final de Agosto, com a revelação do Documento de Estratégia Orçamental.
De acordo com Vítor Gaspar, em Outubro, com a apresentação do Orçamento de Estado para 2012 será revelada uma lista completa de como será alcançado este objectivo.
O documento que saiu do Conselho de Ministros desta quinta-feira refere que será necessária uma «redução drástica» das entidades do Estado.
«Não possível quantificar o que drástico quer dizer em termos numéricos», adiantou Vítor Gaspar, que confirmou ainda que estes cortes vão obrigar uma reorganização profunda do Estado e do tipo de serviços que o Estado presta aos cidadãos.
Questionado sobre se estes números vão implicar cortes em salários, pensões e apoios sociais, o ministro das Finanças não quis avançar grandes pormenores.
«Basta olhar a composição da despesa e a grandeza dos cortes de que estamos a falar para perceber que os cortes de despesa que estão anunciados exigem uma profunda alteração em todas as actividades da Administração Pública», frisou.
Sobre o desvio de dois mil milhões de euros, que disse ser em relação aos objectivos do programa da troika, o titular da pasta das Finanças disse que ainda não o tinha conseguido calcular com precisão nem perceber de onde vem.
Apesar disto, Vítor Gaspar reconheceu que tem uma ideia em que ministérios é que este desvio está a acontecer, mas não deu esclarecimentos sobre esta questão.
«É prematuro apresentar um retrato completo da situação prevista para a execução orçamental para o ano em curso, porque uma previsão desse tipo está envolta em elementos muito importantes de incerteza», precisou.
O ministro das Finanças não quis também esclarecer como vai tapar os mil milhões de euros em falta para tapar este buraco, numa altura que já se sabe que o imposto extraordinário vai render ao Estado metade do desvio de dois mil milhões de euros.