O secretário de Estado do Orçamento confirmou que sem medidas suplementares, o défice seria de 6,1 por cento; PCP fala em «desvio colossal».
Corpo do artigo
O desvio no Orçamento de 2012 deveu-se a receitas fiscais aquém das expectativas. Morais Sarmento argumentou que os deputados da oposição não alertaram para essa possibilidade - pelo contrário, «na discussão do Orçamento de 2012, vários deputados acusaram o Governo de ter sido demasiado prudente na receita fiscal, e de arranjar ali uma margem de segurança».
Durante uma audiência na Comissão Parlamentar de Finanças, Morais Sarmento explicou que, sem medidas complementares, o défice seria de 6,1 por cento do PIB - 1,6 pontos acima dos 4,5 por cento inicialmente acordados com a 'troika', o equivalente a cerca de 2.700 milhões de euros.
«Não há uma única previsão que tenha batido certo nesta execução orçamental. E houve dois orçamentos, o inicial e o retificativo!», disse o deputado do PCP Honório Novo. «É um desvio colossal, para usar expressão célebre, de 2.700 milhões de euros. É revelador de incompetência que, no retificativo, isto não tenha sido corrigido. Esta incompetência e teimosia são pedras de toque dos debates sobre a execução orçamental que tivemos em março e abril. Diziam aí que receitas fiscais estavam sob controlo. Isso é incompetência e dolo.»