Governo e Fundo de Resolução vão vender participação do Novo Banco a franceses
O Executivo aplaude o acordo de venda do Novo Banco ao grupo francês BPCE. O ministério das Finanças garante que permite ao Estado recuperar perto de dois mil milhões de euros e é uma forma de evitar desnecessária concentração geográfica e salvaguardar níveis de concorrência ao sistema financeiro português
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Depois do BPCE confirmar que está a negociar a compra das posições do Estado e do Fundo de Resolução, o Governo revela que vai vender a sua participação no Novo Banco, detida através da Direção-Geral do Tesouro e Finanças, e receberá 733 milhões de euros. Também o Fundo de Resolução fez saber que vende a sua parte, estimando um encaixe bruto de cerca de 866 milhões de euros.
Depois do anúncio do grupo francês BPCE sobre a compra de 75% da Lone Star no Novo Banco, o Ministério das Finanças reagiu em comunicado, garantindo que o Governo português vai acompanhar a venda da Lone Star, alienando a posição que a tutela controla diretamente. Esta operação conclui um longo processo, iniciado com a resolução do BES e a posterior alienação, em 2017, do Novo Banco à Lone Star, contribuindo para salvaguardar a estabilidade do sistema financeiro português.
Para o Executivo, "a compra por parte do BPCE representa para Portugal um sinal muito importante de confiança dos investidores internacionais no nosso país e na economia nacional. O BPCE é um banco de elevada credibilidade, solidez e performance" e, lê-se ainda, "com uma proposta que permitirá a criação de valor e o apoio à economia nacional e às empresas portuguesas".
Para a tutela, adicionalmente, esta operação garante uma maior diversificação dos investidores e acionistas dos bancos que operam em Portugal, evitando assim uma desnecessária concentração geográfica, como o Governo advertiu e se mostrou contra.
O Ministério das Finanças garantiu igualmente a manutenção da atual estrutura do mercado bancário nacional, sem que ocorram problemas resultantes de um eventual processo de concentração, nomeadamente de uma reestruturação, e salvaguardou os níveis de concorrência no sistema bancário português.
Sublinhou também que esta venda, associada à distribuição de dividendos do Novo Banco que ocorreu este ano, permite ao Estado recuperar quase dois mil milhões de euros dos fundos públicos injetados na instituição.
