Governo quer maior "atratividade" no setor da educação e promete "aposta importante" na formação contínua dos professores
Leitão Amaro explica que o que está em causa é "reforçar o número de professores, mobilizando outras pessoas e dando formação a pessoas que têm outras formações de base"
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O ministro da Presidência, António Leitão Amaro, prometeu esta quarta-feira uma "aposta importante" na formação "contínua" e no "reconhecimento da formação prévia" dos professores, esperando que estas medidas possam capacitar o setor de uma maior "atratividade"
O governante reconheceu, em declarações aos jornalistas, após o Conselho de Ministros, que Portugal "tem hoje um desafio enorme de até 2030 ter de recrutar mais 30 mil professores". Mas defende que esta situação se deve à "inação passada".
Ressalvou por isso que, apesar de o atual Executivo liderado por Luís Montenegro já ter apresentado "várias medidas para o reforço do recrutamento" destes profissionais, esta quarta-feira avançou com "mais outra".
"Tem que ver com a formação contínua e o reconhecimento de formação prévia para professores", adiantou.
Leitão Amaro explicou que o que está em causa é "reforçar o número de professores, mobilizando outras pessoas e dando formação a pessoas que têm outras formações de base". Falou ainda num incentivo à formação para ser professor, seja na licenciatura ou em mestrado.
Para isso, o Governo propõe a "simplificação da abertura dos cursos para licenciatura e mestrado em Educação e Ensino", a par do "reconhecimento da formação prévia dos candidatos".
"Por exemplo, um doutorado em química não tem, no seu processo de mestrado em Ensino, de voltar a fazer cadeiras de química", esclareceu.
O ministro anunciou ainda "incentivos" para os orientadores, que podem passar pela redução da carga letiva ou pela atribuição de um suplemento até 1070 para quem assumir essa função. Deu ainda conta da atribuição de uma bolsa de 3600 euros para estudantes de mestrado.
António Leitão Amaro considerou que esta é uma "aposta importante em acelerar formação" e admitiu que Portugal "precisa de mais professores" e que, por isso, seria necessária uma valorização das suas carreiras. Argumentou, contudo, que é também preciso "melhorar a atratividade e facilidade da formação inicial e contínua".
No que diz respeito ao Ensino Superior e Ciência, o governante revelou que foram renovadas as parcerias com instituições do Ensino Superior dos EUA, que são "importantes e úteis". O mesmo irá acontecer com as redes científicas e tecnológicas, cujo planeamento prevê uma despesa de até 28 milhões de euros para dar continuidade a estas parcerias.