Governo sem medo que "estabilização" política da Tunísia afete turismo português
Na Tunísia, Caldeira Cabral, ministro da Economia defendeu que "não precisamos que nada corra mal aos outros para nos correr bem a nós". Ameaças terroristas também não travam investimento português.
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O ministro da Economia acredita que uma maior "estabilização" política de destinos turísticos como a Tunísia não vai afetar o turismo português, tal como defende que as potenciais ameaças terroristas não impedem as empresas portuguesas de investir nestes territórios.
"A estabilização do Mediterrâneo será sempre bom para a Europa e para Portugal", disse Manuel Caldeira Cabral, questionado sobre os efeitos nas receitas do turismo português daquele que é agora um clima político mais saudável na região.
Em Tunes, onde o Governo português participou, esta segunda-feira, na 4ª Cimeira Luso-Tunisina, Manuel Caldeira Cabral afirmou que os sinais positivos que têm sido dados pelos números do turismo em Portugal "claramente" não decorrem da instabilidade que se vive noutros países.
"Não precisamos que nada corra mal aos outros para nos correr bem a nós", insistiu o ministro, que admite, no entanto, que a Tunísia é um país "concorrente" em termos turísticos.
Quanto a uma quebra do investimento português em território tunisino, por via de uma alegada insegurança ou do crescimento de movimentos 'jihadistas', é, segundo o ministro da Economia, um cenário que também não se coloca.
"Aparentemente não está a afastar [o investimento], são centenas de empresas portuguesas que estão na Tunísia, quer a exportar, quer a trabalhar ou a produzir", defendeu Caldeira Cabral que, juntamente com o primeiro-ministro, António Costa, e com os ministros dos Negócios Estrangeiros e da Administração Interna terminam, esta terça-feira, a visita de dois dias à Tunísia - onde participam, ao início da tarde, num seminário empresarial dedicado às relações entre os dois países.
80 milhões de euros é, para já, o valor das trocas comerciais - que têm vindo sempre a crescer - entre Portugal e a Tunísia, e, só nos primeiros seis meses deste ano, o comércio bilateral registou uma subida de 15 por cento.
Na visita à Tunísia, um dos objetivos do Executivo passa por aprofundar as relações económicas entre os dois países, e Caldeira Cabral espera que os encontros com empresários signifiquem, para muitas empresas portuguesas, uma possível "porta de entrada em novos mercados".
Nos últimos anos, segundo o Governo, áreas de negocio como os têxteis, o azeite ou os cimentos conseguiram singrar em solo tunisino, mas, considera o ministro da Economia, há outras oportunidades.
"São oportunidades que podem ser interessantes nas áreas da logística ou das obras públicas", adianta, depois de sublinhar que se trata da "abertura a um mercado de 10 milhões".
O Governo termina hoje a visita de dois dias à Tunísia. Esta terça-feira, a comitiva liderada por António Costa desloca-se à sede da União Tunisina da Indústria, Comércio e Artesanato, onde o primeiro-ministro irá intervir na sessão de encerramento. Antes, ao inicio da manhã, António Costa reúne-se com o chefe de Estado da Tunísia.