A Grécia vai pedir mais dois anos aos credores internacionais para suprimir o défice orçamental e equilibrar as contas públicas, mas promete cumprir na íntegra o plano de ajustamento.
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«Pediremos mais dois anos para o ajustamento», declarou o primeiro-ministro grego no seu discurso de política geral perante o hemiciclo, onde apresentou um conjunto de medidas de curto prazo que incluem a aceleração do processo de privatizações e o encerramento ou fusão de dezenas de organismos públicos «até ao final do ano».
O plano de resgate grego tem atualmente um prazo de execução até 2014 e Samaras avançou hoje a extensão desse prazo até 2016.
Antonis Samaras referiu que o novo governo de coligação, dominado pelos conservadores do partido Nova Democracia (ND) e com o apoio do Partido Socialista (Pasok) e da coligação Esquerda Democrática (Dimar), está preparado para promover um conjunto de reformas estruturais, admitiu o descontrolo do programa de redução do défice e sugeriu que as privatizações podem ir «além do planeado».
O chefe do governo grego especificou que o plano de privatizações se vai concentrar em empresas como a companhia de caminhos-de-ferro, para além de uma «liberalização do mercado da energia».
A Grécia comprometeu-se a aplicar um rigoroso programa de austeridade em troca de dois empréstimos internacionais avaliados em 237 mil milhões de euros e acordados em 2010 e 2011 com os credores internacionais (União Europeia, Banco Central Europeu e Fundo Monetário Internacional).
Na apresentação do programa político do executivo, Samaras censurou os «responsáveis oficiais no exterior», afirmando que devem «deixar de sabotar os esforços da Grécia» com comentários sobre a eventual saída do país da zona euro.