Greve na Izidoro: adesão prova que "trabalhadores estão dispostos a continuar esta luta"
Em declarações à TSF, o sindicato afeto à CGTP sublinha que o que está em causa são medidas que estão "constantemente" a serem apresentadas. Argumenta, por isso, que estas exigências são "cada vez mais justas", sobretudo numa empresa em que "quase semanalmente existem acidentes de trabalho"
Corpo do artigo
Os trabalhadores da Izidoro, nas unidades do Montijo, Milharado e Venda do Pinheiro, estão em greve esta terça-feira, reivindicando a reposição de direitos, aumentos salariais e a negociação da contratação coletiva.
A paralisação foi convocada pelo Sindicato Nacional dos Trabalhadores dos Setores Alimentar, Bebidas, Agricultura, Pesca e Serviços e abrange cerca de 340 trabalhadores. Segundo os números avançados pela organização, no Montijo e no Milharado a adesão à greve ronda os 100%, enquanto que na Venda do Prinheiro a margem cai para os 70%, provando que os trabalhadores "estão dispostos a continuar esta luta".
Em declarações à TSF, Marcos Rebocho, dirigente do sindicato, assegura que o objetivo desta iniciativa é reforçar a "qualidade de vida e a melhoria das condições de trabalho" e, por isso, explica o que está em casa.
"O gozo da terça-feira do Carnaval, que era um direito que os trabalhadores tinham enquanto tiveram contrato coletivo de trabalho, e que ficaram sem ele logo assim que o coletivo caducou. Também a negociação do caderno reivindicativo com vários pontos, entre eles, os 25 dias de férias, as 35 horas semanais, os aumentos salariais e o dia do aniversário do trabalhador", adianta.
O sindicalista sublinha, contudo, que estas são medidas que estão "constantemente" a serem apresentadas pelos trabalhadores há vários anos. Argumenta, por isso, que estas exigências são "cada vez mais justas", sobretudo numa empresa em que "quase semanalmente existem acidentes de trabalho".
Marcos Rebocho denuncia ainda que a Izidoro "tenta sempre fugir à conversa com o sindicato" e lamenta a falta de respostas.
"Nós recentemente tivemos de levar a empresa ao Ministério do Trabalho para uma tentativa conciliação. E só após essa tentativa de conciliação no Ministério, a empresa então abriu - pelo menos disponibilizou-se, vamos ver como é que vai correr para próximo mês - caminho para reunir já com um plano de reuniões para o ano de 2025", conta.
A Izidoro é uma empresa centenária portuguesa, que opera no setor das carnes, da produção à distribuição.
