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O Grupo BATA vai avançar com o despedimento coletivo dos 146 trabalhadores das 26 sapatarias existentes em Portugal, segundo uma carta recebida hoje por um dos funcionários da empresa, a que a agência Lusa teve acesso.
Na missiva, registada e assinada pelo diretor financeiro europeu do Grupo, Marc Entrecanales, a multinacional refere que «vai proceder ao despedimento coletivo, que abrangerá os trabalhadores discriminados [146]» numa lista que acompanha a notificação.
Na carta, datada de 18 de junho, a empresa informa que «os trabalhadores têm cinco dias para formar uma comissão, com um representante de cada um dos 26 estabelecimentos».
Os gestores das lojas foram informados do fecho de todas as sapatarias, até setembro, durante uma reunião com os responsáveis da empresa, que decorreu na semana passada em Lisboa, confirmaram à lusa alguns dos responsáveis das lojas.
Confrontada com o possível encerramento, e em resposta enviada à lusa, o Grupo BATA tinha esclarecido, por escrito, que «decidiu restruturar a rede de lojas a retalho que detém em Portugal».
A multinacional, com sede em Espanha, acrescenta ainda que, ao longo dos últimos três anos, «tem vindo a investir milhões de euros na reestruturação da empresa, para a tornar mais sustentável e lucrativa».
Contudo, salienta a empresa, «o clima económico no país, tornou-se extremamente difícil, deteriorando a confiança dos consumidores bem como o seu poder de compra», o que «tornou impraticável a continuação da BATA em Portugal, como vinha acontecendo até aqui».
O esclarecimento da multinacional termina dizendo que «continua a avaliar a situação económica e empresarial em Portugal de modo a identificar o melhor modelo para manter a sua presença neste mercado, num futuro próximo».
O Grupo BATA tem atualmente em território nacional, incluindo Açores e Madeira, 26 sapatarias, as quais empregam 146 funcionários, contrariando a informação que consta no sítio da internet da empresa, onde refere que emprega 181 trabalhadores em 29 lojas.
Entretanto, o presidente do Sindicato dos Trabalhadores do Comércio, Manuel Guerreiro, disse à TSF estar a par da situação, apesar de não ter ainda conhecimento da carta formal.